Introdução ao Livro de Daniel - Pr. Reinaldo Siqueira

 (INTRODUÇÃO) LIVRO DE DANIEL - Pr. Reinaldo Siqueira

https://www.youtube.com/watch?v=_o34Zzhga3w&list=PLFNLt05LtO1MyMTBZyaK4yR45xQcnS-Zk&index=1 


Como vamos abordar o livro de Daniel?

 Entender este livro e situá-lo na História. Não vamos entrar no estudo do conteúdo do texto, por hora, seu significado. Vamos lançar as bases de que perspectiva estarei trabalhando. Dependendo da perspectiva de abordagem do livro de Daniel, vai ter direções bem distintas daquilo que interpreta, daquilo que vai compreender. Na próxima, entraremos no estudo do livro e seu  tema principal, que é Deus e Sua Soberania sobre a História humana. E a partir disso, estudaremos a parte profética do livro. Neste estudo, da parte profética, vai ser bem específica mesmo. Muita gente que estuda Daniel, você vai tentar ver na História pois é bastante estudo da História com o livro de Daniel. A minha abordagem será a partir do texto do livro, construindo a compreensão que o texto  vai dando. Depois verificar a questão de História. Primeiro, como o texto se desenvolve, depois verificar o que este texto pode indicar ao longo da História, verificar o que seria relativo a isto.  Por exemplo, quando tratamos um capítulo profético, vamos abordar o que no capítulo foi indicado, e vamos ficar nas informações daquele capítulo. Depois vamos acrescentar outras informações. Vamos dizer, por exemplo, que estamos estudando Daniel 2, o sonho de Nabucodonosor, vejo os detalhes do texto, e o que que neste capítulo foi indicado. Daí depois vou ver que ao estudar outros capítulos, Daniel 7, Daniel 8, ele vai me ajudar a compreender o capítulo 2. As informações vão acrescentando, vai construindo um quadro deste conteúdo do livro. Quando estivermos bem seguros sobre os dados do texto, então vamos verificar o que ele representa. O texto vai ser o nosso principal meio de trabalho, vai ser o motivo, vai ser o indicador. Digo isto, porque normalmente, na maior parte dos estudos de Daniel, você trabalha o texto, mas trabalha  mais a História, como sendo o vetor, para compreender o texto de Daniel. Aqui será diferente, vamos trabalhar o texto, para que o texto seja vetor  de compreensão da História. Minha tentativa será ser o mais fiel possível a este texto. Compreender profecias, nossa história, o mundo, o futuro que nos aguarda.


Quem foi esse Daniel?

No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, Nabucodonosor, rei da Babilônia, veio a Jerusalém e a sitiou. O Senhor entregou nas mãos dele a Jeoaquim, rei de Judá, e alguns dos utensílios da Casa de Deus. Nabucodonosor levou esses utensílios para a terra de Sinar, para o templo de seu deus, e o pôs na casa do tesouro do seu deus.” Daniel 1:1 e 2. Depois o rei ordenou a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, tanto da linhagem real como dos nobres, jovens sem nenhum defeito, de boa aparência, sábios, instruídos, versados no conhecimento q que fossem competentes para servirem no palácio real. E que Aspenaz lhes ensinasse a cultura e a língua dos  caldeus.” Daniel 1:3 e 4. “Entre eles, se achavam Daniel, Hananias, Misael e Azarias.” Daniel 1:6. Jovens de origem real, como da nobreza israelita, judaica, foram levados para a Babilônia. Neste primeiro momento, que Nabucodonosor, ele ainda não tinha destruído a cidade, vamos ter três momentos, na sequência histórica, de interação de Nabucodonosor com Jerusalém, e Judá. Na terceira, ele vai destruir. Isto acontece no terceiro ano do rei de Judá, Jeoaquim. É interessante, vamos estudar pois parece haver um conflito entre os livros de Daniel e Jeremias, vamos ver que não existe conflito. Mas neste período do rei, levou os utensílios do Templo para Babilônia, colocou lá no templo  do seu deus da Babilônia, e também levou vários exilados nesta primeira deportação de pessoas judias para a Babilônia e entre eles foi Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Daniel e seus três amigos que eram da tribo de Judá. Então, quando olhamos o texto bíblico, vemos o seguinte: Quem  é Daniel? Sabemos que é judeu, que é da tribo de Judá, que foi levado entre os primeiros prisioneiros que Nabucodonosor levou para o exilio em Babilônia. Segundo Flávio Josefo(Antiguidades Judaicas, volume 10.186) e o Talmude Babilônico(Tratado Sanhedrin 93b): Daniel era um descendente direto do rei Zedequias, o último rei de Judá, quando Jerusalém vai ser destruída. Daniel era irmão de Jeoaquim. Daniel, um dos filhos de Zedequias é levado para a Babilônia. Sim, Daniel, um principe judeu, da família real de Davi.

Data e origem?  Durante o exílio babilônio do século VI, antes da era comum. O terceiro ano do reinado de Jeoaquim foi no ano 605 antes da era comum. Nabucodonosor ainda era príncipe, não era rei. Ele vai conquistar, logo depois de conquistar Judá e Jerusalém, quando ele caminhava, continuar suas guerras em direção ao Egito, ele recebeu a notícia de que seu pai, o rei Nabopolasar, tinha falecido. Daí ele vai cruzar desde a Judéia até Babilônia, indo pelo caminho mais curto, que passa pelo deserto, para chegar lá e tomar posse do trono. Isto teria ocorrido no  segundo semestre do ano 605. Última data relatada no livro de Daniel, seria o terceiro ano de Ciro, Daniel 10:1, “No terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, uma palavra foi revelada a Daniel …”Capítulos 10 a 12 é uma única visão de Daniel, uma mesma época. E a data deste terceiro ano de Ciro rei da Pérsia foi 536 antes da era comum. Biblicamente falando, o livro de Daniel é datado dessa época do império babilônico, quando Babilônia conquistou o reino de Judá, e todos os eventos ocorreram alí durante este período desde o rei Nabucodonosor, quando ele se tornou rei até o terceiro ano de Ciro, que tinha conquistado Babilônia. E Daniel vai passar todo este período histórico, o reinado de Nabucodonosor, reinados sucessores de Nabucodonosor, a queda de Babilônia, a conquista de Babilônia por Ciro até o terceiro ano pelo menos. Não sabemos quando ele faleceu, mas ele seria alí o terceiro ano de Ciro e que é a última data que temos. Isto implica em um período de cerca de 70 anos de experiência do exílio babilônico que é de 605 até 536, a maior parte dele durante o sexto século antes da era comum. Mas esta questão é discutida, nem todo mundo aceita esta informação, portanto, existe um debate se seria ela realmente correta. Quando se fala de Daniel, normalmente, da sua data e composição do livro ou da História, o campo de estudo se divide em dois e meio, já que um surgiu mais recentemente. É meio, não um terceiro, pois está ligado à segunda hipótese. Quais são?

O primeiro, é o campo tradicional do ponto de vista judaico-cristão, que dá valor para os dados históricos  de que o livro de Daniel ocorreu durante o exílio babilônico. Existem unanimidades nas literaturas judaicas e cristãs que vão até o ano 1800. Mas a partir de 1800 vamos ter um surgimento de uma segunda hipótese que vai contrária a isto. Esta hipótese, que é fora do contexto judaico-cristão, surgiu no início da era comum, a partir do terceiro século, fora do contexto, com a proposta de um filósofo grego romano chamado Porfírio. Esta idéia de Porfírio, ela acabou sendo adotada pelo outro lado, sobre a origem do livro de Daniel. E daí nós temos a segunda hipótese chamada, a hipótese Macabéia. O livro de Daniel  teria sido escrito no início da revolta Macabéia(167 - 160 antes da era comum), em que aquela família, os descendentes, os asmoneus, Judas Macabeu e seus irmãos, se levantaram contra o rei selêucida Antíoco Epifânio IV, rei grego, que dominava toda aquela região da Síria até a Índia, e até a divisa com o Egito, também dominando a região da Judéia na primeira parte do século II antes da era comum. Este rei quis impor a cultura grega sobre todos os judeus e proibir a prática da religião de Judá. Conhecemos bastante esta história de como os judeus liderados pelos Macabeus  se levantaram contra esta imposição. Este rei proibiu adoração no Templo de Jerusalém, vai colocar lá um altar de Zeus, vai proibir a circuncisão, vai proibir a leitura da Torá. Os judeus teriam que se tornar pessoas de fé grega e abandonar sua religião. Isto ele trabalhou, mas se impuseram a ele e acabaram vencendo este rei, estabelecendo uma província, um reinado que se tornou independente deles, até que os romanos vieram e acabaram conquistando, pondo fim a linhagem asmoneu, a família dos Macabeus, que acabou estabelecendo sobre a Judéia. 

Qual é a hipótese Macabéia? O livro de Daniel teria sido composto no início desta revolta para animar e estimular os seus correligionários a lutarem contra os gregos, contra Antíoco e seu exército. Então, ele conta uma história, de forma de ficção, onde cria um personagem fictício, que teria vivido em Babilônia e que teria tido revelações de Deus. Revelações de Deus e tem uma série de reinos que vêm, mas que estes reinos iriam no final passar, porque Deus iria estabelecer o Seu reino uma vez para sempre. Deus estaria no controle da História, e eles poderiam se levantar contra estes reinos, no caso ali, o reino helênico de Antíoco Epifânio, e Deus lhe daria a vitória, estabeleceria seu reino uma vez por sempre na Terra. Eles falam de eventos até aos dias deles, mas depois projeta uma expectativa escatológica do final dos tempos, quando Deus poria fim na História humana, estabeleceria o reino de Deus sobre a Terra. Então esta é a hipótese Macabéia.  O livro de Daniel não seria um livro profético, seria uma composição, que é colocado o nome de um personagem fictício que viveu lá, e teria tido estas revelações de Deus. O principal argumento, depois tem outros argumentos,  para esta datação, é de que as profecias do livro, são precisas demais para serem escritas durante o período do exílio. Precisas demais para uma mente racional aceitar a sua escrita no período do exílio. Então vamos ver aqui Daniel, por exemplo, mencionar claramente os gregos, e a figura de Alexandre o Grande. Referência a sua morte súbita. A divisão do seu império, que ele tinha criado em pouco tempo, que foi dividido entre seus quatro generais. Ora, se Daniel é realmente do sexto século, isto quer dizer que, Deus revelou isto a Daniel, duzentos anos antes da conquista de Alexandre o Grande. Como é que o indivíduo, lá no império babilônico, duzentos anos antes de Alexandre aparecer no cenário mundial, vai falar, dar profecias, falando deste evento de maneira tão precisa? Para a mente racional, e por isto começa a aparecer  a partir do século XVIII em diante, a hipótese Macabéia, que diz o seguinte: “Olha a Bíblia, ela não é uma palavra revelada de Deus. A Bíblia é simplesmente um livro religioso que mostra as crenças religiosas dos antigos israelitas. Portanto, o que temos aqui são mitos, crenças, histórias, que refletem esta fé. Mas Deus nunca apareceu, entendeu? Criam que Deus falava com eles, ou pelo menos anunciava que Deus falava, mas que na realidade, hoje, sabemos com nossa mente desenvolvida, científica, que isto nunca aconteceu.” 

Então como explicar racionalmente o livro que tem detalhes históricos tão precisos como Daniel? Se aceito a datação histórica de Daniel, estou confrontado com a realidade de profecias, profecias de origem divina, não humana. E daí você está confrontado com a possibilidade da existência de Deus. Se este livro foi escrito no sexto século, ele é tão preciso, como é possível isto racionalmente falando? Não é astrologia: “Não é hoje, você vai ficar feliz, vai encontrar alguém.” “Hoje você vai estar mal.” E daí alguém sempre encontra alguém, já que alguém sempre está feliz naquele dia. Alguém vai se encontrar no dia que está ruim. Então, onde eles olham, acertou. “Hoje encontrei o amor da minha vida.” Diz lá: “Você vai encontrar um grande amor.” Tá bom! E milhões de pessoas, tem muita gente que não vai encontrar ninguém mas, alguém vai encontrar um grande amor. E diz: “Óhh!!!” Daniel não é isto. Daniel é uma profecia com muitos detalhes históricos precisos. Detalhes que racionalmente falando é um absurdo. “Vamos buscar uma explicação racional para a precisão histórica de Daniel. A única razão que podemos ver para  a precisão histórica de Daniel é que ele não é profecia. Para serem tão precisas só podem ser vaticinia ex eventu (pseudoprofecia -”predição” após o fato). Uma predição, entre aspas, feita após os fatos teriam ocorrido. Como você vai ter várias predições colocadas de forma de profecias, elas são exatas porque foram escritas no período do segundo século: O reino grego, Alexandre já tinha morrido. Seu reino tinha sido dividido. Os medo-persas tinham conquistado Babilônia. Já tinha acontecido um monte de história lá com os medo-persas e, esta história está acontecendo hoje. Ela é precisa até ao período dos Macabeus. A partir dos Macabeus não é mais precisa pois apresenta a crença religiosa de como seria o fim da História humana, e que eles predisseram que ia acontecer em tantos anos e nunca ocorreu.” Está é a idéia deles aqui. O livro de Daniel seria uma pseudoprofecia, uma composição literária para poder dar alí ânimo aos seus contemporâneos. E daí você vai evocar vários destes livros. Comparar Daniel com livros escatológicos do primeiro, segundo século antes da era comum até o primeiro século, como: o Testamento de Abraão, a Ascensão de Moisés, Testamento de Levi. Faz tudo parte desta literatura escatológica. Muitas delas são pseudo epigráficas. Isto quer dizer, você pega um nome de um personagem bíblico famoso e coloca lá. O livro de Daniel é a mesma coisa. A tradição judaica, por exemplo, esses vários livros mesmo, não reconhecem, por exemplo, a tradição judaica, apesar de ter muitas seitas judaicas que tinham este material apocalíptico, como é chamado, na tradição judaica, nunca foram reconhecidos como realmente autênticos, o histórico de todo o contexto do judaísmo como um todo. O judaísmo rabínico, que também estudamos, surgiu a partir do segundo século. Mas o livro de Daniel foi reconhecido pelo judaísmo rabínico como um livro histórico real. É interessante você ter esta visão que a gente clama hoje, no passado não foi reconhecido ser a mesma coisa. Você diz: “Isto aí porque, Daniel, lá foi importante, na época impactou muito, portanto, ficou na tradição judaica, no cânon judaico, enquanto os outros não. Então foi esta a idéia, racionalmente é isto.” Além desta principal razão existem argumentos que corroboram, segundo os defensores desta hipótese nesta direção. Quais são tais argumentos? Não vamos trabalhar todos os argumentos a favor da tese Macabéia

 Erros históricos provam uma autoria tardia devido à ignorância do autor do livro, por ex.:  Belsazar, o último rei da Babilônia. (Daniel 5:1, 30). Os que defendem a tese Macabéia diz: Temos no livro de Daniel vários erros históricos, isto a partir do século 18, século 19, que procuram provar estes muitos erros históricos, que mostra que o autor era ignorante sobre os fatos, portanto, provam esta autoria tardia na época dos Macabeus. “Tá muito longe. Ele não estava lá em Babilônia, portanto, ele era ignorante.” O primeiro e maior erro histórico, que foi enfatizado até o início do século XX, alguns chegam até a  metade do século XX falando disso, apesar de as descobertas ter já, no final do século XIX, ter ido em outra direção, é o rei Belsazar como o último rei de Babilônia. Quando você vai no livro de Daniel 5, temos a festa de Belsazar, ele vai pegar os utensílios, vasos do Templo de Deus, de Jerusalém, e vai fazer um festa, bebendo vinho e outras bebidas com os vasos, taças, copos, os utensílios do Templo e diz: “Vamos louvar a todos os deuses de pedra, deuses de madeira, tudo quanto é tipo de deuses vamos louvar.” Louvam com atitude de desprezo à fé judaica de uma maneira bem aberta. E aparece nesta festa, neste banquete, com todos os seus grandes, suas mulheres, meretrizes, vai aparecer uma mão que escreve na parede. Este rei, o último rei, Belsazar, vai chamar os seus sábios. Mas ninguém vai saber interpretar aquilo. Finalmente, a mãe dele vem: “Olha, você está esquecendo Daniel? Nos dias de teu pai, falando sobre Nabucodonosor, o avô dele, tinha Daniel, este Daniel decifra tudo, ele sabe entender  mistérios.” Ele chama Daniel. Daniel vai decifrar esta palavra, esta escrita. Fala que é um juízo de Deus sobre o reino de Babilônia, sobre o próprio rei. Naquela mesma noite, já sabemos o que aconteceu, Belsazar vai ser morto, Babilônia vai ser invadida, e os medos-persas vão dominar a Babilônia. Mas o interessante disto  é que dizem que o nome deste homem era Belsazar, o último rei da Babilônia. Qual é o problema dos erros? Você tinha toda a série Anais dos reis da Babilônia, e o último rei da Babilônia, segundo os Anais, e também os historiadores fora de Babilônia, os historiadores gregos, o último rei de Babilônia foi Nabonido. Como o autor de Daniel vai colocar Belsazar, quando todas as fontes históricas declaram ser Nabonido e não Belsazar? Outro erro, mas que já foi abandonado, pois foi descoberto documentos em evidências históricas, mas tinha gente que até o início do séc. XX ainda, argumentava isso, era problema de Nabucodonosor como grande construtor da nova Babilônia. (Daniel 4:30). Na literatura histórica que estava disponível na época do período helênico, os documentos que eles vieram até o séc.XIX, que tinha alí e que conhecíamos, da antiguidade, dos historiadores gregos, apresentavam que o grande construtor na nova Babilônia, não foi um construtor, foi uma construtora, a rainha Semiramis. Ela foi a grande construtora da Babilônia. Nem leu os documentos da época. Vários deles estavam disponíveis no mundo helênico. Semiramis é a rainha que construiu Babilônia, não Nabucodonosor. Então isto é um argumento que muita gente utilizou. Outro argumento que aparece alí é  Dario, o medo, o primeiro rei do império medo-persa de Babilônia. Daniel 5:31. “E Dario, o medo … tomou o reino.” Depois diz em Daniel 6:1,2. “Pareceu bem a Dario constituir sobre o reino a cento e vinte sátrapas que estivessem por todo o reino; e sobre eles, três presidentes, dos quais Daniel era um, aos quais estes sátrapas dessem conta, para que o rei não sofresse dano.” Ele quis colocar Daniel como principal deles, e vêm toda a história, e Daniel vai acabar, conforme este capítulo, nas covas dos leões. Mas dizem: 

O que é esse Dario meda? Quem conquistou a Babilônia foi Ciro, não foi Dario.” Outro grande erro, gigantesco. Ele escreve uma ficção profética e nem consulta livro de História para poder fazer o negócio certo. Então, de um lado tem detalhes históricos muito precisos; do outro lado, tem grandes erros históricos. Mostrando, na verdade, que o indivíduo não era tão instruído assim. Este é um dos argumentos baseado em erros históricos e outros mais. Por exemplo, a data de terceiro ano de Jeoaquim, que aparece em Daniel 1, difere da data do quarto ano de Jeoaquim que aparece em Jeremias 4, a questão dos caldeus como uma classe de sábios no texto, vai ter isso também. Estes são alguns dos principais argumentos. Outras evidências encontram-se no próprio texto, que seriam evidências literárias de uma data tardia. Então, um dos argumentos, no caso, seria a longa seção em aramaico. Sabe que lá em Daniel tem parte em hebraico, parte na língua aramaica. Está em aramaico a parte que vai do capítulo 2 até o final do capítulo 7. Que é aramaico ocidental, que seria a região síria até a região da Judéia, ou lugares vizinhos alí. Seria algo mais próximo do aramaico dos Targumim, ali na virada da era, ou dos dialetos aramaicos como o Nabateno (séc. II a.E.C.) até o IV séc. da nossa era. “Aramaico tardio mostra que o livro foi composto do II século. Outra. A ocorrência de termos persas e gregos no livro:  imagina pois tem mais de trinta termos persas. Tem alguns termos gregos. 

Como vão aparecer termos gregos no livro escrito em Babilônia durante o período do império babilônico? Só pode aparecer termos gregos se por acaso isto foi escrito ali no período já helênico. Final do império persa tinha uma reminiscência ali, período então posterior à conquista da região do Antigo Oriente Médio, por Alexandre, o Grande, em 331 a.E.C.” Estes são os principais argumentos desta posição Macabéia. Então vamos avaliar estes documentos e vamos chegar ao final aqui.


Avaliação dos argumentos da tese Macabéia, à luz das descobertas histórico-arqueológicas, desde o final do séc. XIX, durante todo o séc. XX. Estamos já no séc. XXI:


1 - Belsazar como último rei de Babilônia? 

No séc. XIX, isto era um absurdo, mas hoje temos cerca de 37 documentos nos arquivos babilônios, da época de Nabonido, que demonstra que Belsazar era o príncipe co-regente do seu pai Nabonido. Era filho de Nabonido. Nabonido tinha concedido a Belsazar o reino. Ele se retirou da Babilônia, e foi para a cidade de Temã, lá na Arábia, a cidade das palmeiras. Foi lá que ele foi encontrado depois pelos medo-persas. E quem estava em Babilônia no dia que foi conquistada, que teve que lidar com os exércitos medo-persas que cercaram Babilônia não foi Nabonido, mas foi seu filho Belsazar. Porque o texto diz: “Nabonido concedeu a realeza a Belsazar.” Não estava em Babilônia. Isto nenhum historiador da antiguidade tinha consciência. Os historiadores gregos, por exemplo, nunca relataram isso sobre Belsazar. Foram  descobertos documentos babilônicos, nas escavações, e estes documentos então, relataram esta realidade, do último rei Nabonido, ter saído de Babilônia, ter dado a realeza ao seu filho Belsazar, como príncipe, para governar em seu lugar, enquanto ele ia para a cidade de Temã, que  hoje fica na Arabia Saudita. Pesquisa: Cf. P-A. Beaulieu, The Reign of Nabonidus, King of Babylon 556-539 B.C. (New Haven: Yale University Press, 1989), 90, 156-57.   Como um autor na época dos macabeus, iria saber que o rei que estava em Babilônia, na época que caiu para os medo-persas, não era Nabonido e sim Belsazar, se não foi registrado em nenhuma obra da antiguidade, fora dos documentos babilônicos, que ficaram perdidos durante a destruição babilônica? Como um indivíduo do II século, não era conhecido de nenhum historiador da antiguidade fora do contexto babilônico, como o indivíduo, na época lá,  na Judeia, teria esta informação? Por isso, é este assunto um ponto interessante do livro de Daniel. Por isso, por causa de Belsazar é que vai surgir a posição dois e meio. Isto foi uma pedrada muito forte. E o livro de Daniel traz um detalhe curioso: quando vamos ao livro de Daniel, na história de Belsazar, em Daniel 5:7, e que chama seus sábios e faz uma promessa, “... Qualquer que ler esta escritura e me declarar a sua interpretação será vestido de púrpura, trará uma cadeia de ouro ao pescoço e será o terceiro no meu reino.” Será “vestido de púrpura”, isto é figura de realeza, que vai ter um cargo importantíssimo. O texto é relevante porque Belsazar era o segundo no reino. Ele não podia oferecer o segundo, provavelmente é isto. Percebeu esse detalhe: o pai dele era o primeiro no reino, era o rei de fato; ele era o co-regente, então era o segundo no reino. Terceiro lugar no reino, é a posição mais importante que ele poderia oferecer. Para saber disso, quem escreveu esta história, só poderia ter estado lá na época.


2 - Nabucodonosor, o construtor de Babilônia? 

Para os historiadores gregos,  Semíramis foi a grande construtora da Babilônia. Mas, hoje, temos muitas evidências de que não foi. Semiramis nem de Babilônia era. Semiramis era uma rainha de Nínive, mãe de Adadenarari III. Muito antes da época. Não tem nada haver com Babilônia. Quem não sabia da história eram os confusos historiadores gregos. Hoje podemos encontrar em grande quantidade os tijolos de Babilônia. Dos muros de Babilônia, por tudo quanto é lado de Babilônia tem inscrição falando: “Eu, Nabucodonosor, construi a grande Babilônia, para a minha glória, para a glória do meu reino.” Nabucodonosor mandou gravar em muitos desses tijolos, o fato de que ele construiu, embelezou, expandiu  a nova Babilônia. A arqueologia, hoje, até os tijolos clamam de que a visão do capítulo 4 de Daniel está correta. Um dos críticos da hipótese Macabéia disse:

 “De onde Daniel sabia que Nabucodonosor era o grande construtor da Babilônia? Não tem a mínima idéia.” Não havia fonte histórica na época para que ele soubesse disso.


3 - Quanto a Dario, o medo? 

Ainda não temos nenhuma evidência sobre esse personagem. “No primeiro ano de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus.”(Daniel 9:1). O grande rei, na época da conquista foi Ciro, mas como aquilo que era no passado, uma coisa impensada, depois, as descobertas posteriores de detalhes históricos da época, mostraram que o livro está correto. Quem pode saber? Seria ele o general de Ciro? Um tio de Ciro? Tem muitas hipóteses alí com respeito a isso. Mas há algo curioso no texto hebraico que  só aparece no texto bíblico de Daniel 9:1. Esta visão de Daniel, a oração dele, a revelação que ele vai ter, é datado  do primeiro ano do reinado de Dario. Quando vemos o texto hebraico de Daniel 9:1, encontramos esta expressão: “o qual foi constituído”, “o qual foi feito rei”, “o qual foi estabelecido como rei”. A ação de estabelecê-lo como rei não é, não vem de Dario, mas alguém que fez isto por ele. Ele não se estabeleceu, como vai ocorrer, “ele foi lá e reinou.” Isto quer dizer, que houve uma autoridade externa a ele que o colocou na posição de rei. Isto é muito interessante porque o rei dos medo-persas na época era Ciro. Há a possibilidade, então, que Ciro, ao continuar as suas conquistas, tenha estabelecido alguém para reinar no lugar dele alí. Este alguém o livro de Daniel diz que é Dario. Quem é este alguém? Temos ainda só suposições. Pode ser esse, pode ser aquele. Será que é o general dele? Será que é o tio dele? Será o que que foi lá? Mas, temos um dado no livro de Daniel de que o Dario não se estabeleceu rei por sua própria autoridade. A sintaxe hebraica de “alguém o fez se tornar rei sobre os caldeus” é chamada: causativa passiva. Estamos na expectativa, as descobertas históricas arqueológicas a gente nunca sabe, pode ser que se descubra, e pode ser que nunca descubra. A verdade é que não temos esta realidade. 


4 - Evidências literárias (aramaico, palavras persas e gregas, etc.).

 As evidências do aramaico faziam bastante sentido no séc.XIX. Hoje não faz mais sentido nenhum. Temos hoje uma grande quantidade de documentos sobre a língua aramaica, sobre as características da língua aramaica. O aramaico de Daniel pertence ao período do aramaico imperial, vai desde o ano 700 até o ano 300 a. E.C. Daniel é da época do ano 600 a 500, está bem dentro deste período. Alguns estudos recentes mostram as características da língua, são do aramaico mais oriental do que ocidental. Ou seja, aramaico da região fora da terra síria-judaica. É mais na região da Mesopotâmia. Hoje esta questão do aramaico já está lá embaixo, porque os documentos trouxeram a parte ali. Outras como as palavras persas, por exemplo, Daniel viveu durante o período persa. O livro teria sido terminado sua redação no período persa. Ter muitas palavras persas no livro é evidência mais a favor do que contra. E quanto às palavras gregas? As palavras gregas são três palavras: A sinfonia, saltério, quítara. Que são palavras ligadas a instrumentos musicais do capítulo 3. Se o período fosse do período helênico se esperaria muito mais palavras gregas. O argumento pode ser até ao contrário. Hoje os documentos demonstram que músicos gregos participavam em vários lugares, reinos, no Oriente Médio, muito antes do império helênico se estabelecer. Instrumentos gregos, alguns dizem que do décimo século em diante, muitos músicos gregos participavam nas cortes reais de outros impérios, fora da Grécia, desde muitos séculos antes da Grécia. Iam prestar seus serviços, etc. Através disto, aparentemente, instrumentos musicais foram com eles. Temos essas evidências também. Esperaria muito mais palavras gregas se fosse do período dos Macabeus, onde a língua e cultura grega eram agora dominantes. Há cerca de 150 anos, mais de um século e meio, mas só tem três palavras. Essa ocorrência de três nomes gregos de instrumentos musicais não seria grande argumento. Temos essas evidências, hoje essas evidências linguísticas já não são muito colocadas. “O único argumento que teríamos para dizer que Daniel não é do período do VI século, este argumento é, não existe profecia preditiva. No final fica isto.” Mas este é o próprio clamor da Bíblia hebraica. Interessante, estava lendo o livro “Between Gold and Man” de Abraham J. Heschel, uma das suas obras, entre outras. Na sua obra “Deus e o Homem", Heschel fala que, na visão filosófica racionalista que vai se desenvolver, utiliza a palavra francesa “naïf”, que quer dizer, “ingênuo”, ao referir-se à Bíblia. Na visão racionalista, a Bíblia é um livro ingênuo, é poesia, é mitologia. É simplesmente, o resultado da busca do homem antigo, primitivo, tentando entender o mundo e colocando a idéia de Deus. Mas hoje, na ciência, na razão, vemos que isto não é assim. Então vamos estudar a Bíblia como um livro ingênuo, um livro mitológico, ou mesmo um livro, como no caso Daniel, não tão verdadeiro, nada verdadeiro este Daniel. Como diz, “é uma mentira profética para poder animar o pessoal da época.” Então isto é a Bíblia. Ele diz: “ Na visão do homem, tudo que é ligado com Deus é a busca do homem por Deus.” Mas na Bíblia hebraica, o clamor da Bíblia hebraica é totalmente diferente. Não é o homem que busca a Deus, é Deus que busca o homem. O livro de Daniel, como toda a Bíblia, a Torá, o Nevi’im e o Kethuvim, falam mais de um Deus que busca o homem, do que o homem que busca a Deus. É Deus que vai atrás. Por isto é que tem esta expressão: “Deus em busca do homem.” Na fé hebraica, na mentalidade hebraica, Deus está em busca do homem. O homem dificilmente está em busca de Deus. Na verdade, na maior parte do tempo o homem foge de Deus. Não! Tem homens que respondem a Deus, existe essa interação de homens que buscam a Deus em resposta a ação divina. Primeiro é sempre Deus agindo, é Deus falando, buscando, propondo, mostrando. Esta é a grande ênfase da História na visão hebraica. E que Deus vai falar com reis da antiguidade, como falou com Nabucodonosor, “Houvi o seu pensamento rei”. O Deus que abate e levanta nações. Deus que busca, sustenta o homem. Portanto, vamos seguir esta perspectiva bíblica. Tomar o livro a partir da sua apresentação bíblica, pois os dados históricos, linguísticos, etc, hoje, se enquadram bem no VI século. Você vai ter o livro de Daniel (Word Biblical Commentary), uma série famosa de John  E. Goldingay que diz: “Olha, o livro de Daniel é assim, começou no VI século, terminou no II século. O que é historicamente comprovado como Belsazar vem do VI século, mas que a profecia bíblica vem do II século.” Do II século porque ainda há dificuldade de aceitar que Deus existe e que Deus fala. A própria base da fé hebraica é um Deus que age: “O Senhor disse.” “O Senhor falou,” “O Senhor criou.” Um Deus que mostra o caminho para o homem. A partir desta perspectiva do Deus que busca é que vamos estudar o livro de Daniel. Tendo um texto do sexto século, não temos problema de datá-lo lá, porque nossa perspectiva de estudo será de um Deus que age, que existe, que se revela ao ser humano, procura ajudar o ser humano em suas necessidades. A hipótese Macabéia, academicamente falando, é a mais aceita. Um dos livros, que hoje, o comentário interessante, detalhado, visto alí, é a série chamada:  THE NEW AMERICAN COMENTARY. Você vai lá no livro de Daniel cujo autor é Stephen R. Miller, que vai analisar toda argumentação a favor e contra a datação de Daniel. Introdução, o profeta, autoria e data, as visões tradicionais e a macabéia, a história do criticismo até a presente situação. Então vai trabalhar cada um desses argumentos e outros mais que não trabalhamos aqui. Ele vai trabalhar aqui e dizer: “Analisamos tudo, a idéia de Daniel, escrito no sexto século, ela se mantém de maneira bem forte. Melhor do que ter a posição dois e meio vou ficar com a posição um. Existem argumentos a favor suficientes como sendo do sexto século mesmo”. E é nesta perspectiva que também vamos trabalhando.


Outras perguntas:

Esse Assuero seria o mesmo do livro de Ester?

Não, não. Esse Assuero (Daniel 9:1) não é o do livro de Ester. O livro de Ester é bem posterior a esta data. Este indivíduo é anterior à conquista de Babilônia. Então é o pai de Dario, mas também não temos informações de quem ele é. Mas a repetição de nomes é muito comum. Vamos ter outro rei chamado Dario, chamado Dario Grande, que vai conquistar até o norte da Grécia, etc. Muitos da mesma família, mantém o nome do avô, avó. Antíoco, por exemplo, é o quarto. Então é muito comum ter nomes repetidos. Este Assuero já foi conquistado, já passaram séculos, e está muito lá adiante. Está no quinto século já, nem no sexto século mais, quando veio a história de Ester e Mardoqueu e o problema lá.


Daniel não é considerado profeta? 

Literatura que nem Josefo, e outras literaturas da época chama Daniel de profeta. Por que Daniel foi escrito entre os Kethuvins e não entre os Neviins? A Bíblia hebraica é dividida em três partes: A Torá (Pentateuco), o Nevi’im (Josué, Juízes, I e II Samuel, I e II Reis, etc.), o Kethuvim (Eclesiastes, Jó, Provérbios, Salmos, Ester, I e II Crônicas, etc.). Vemos em literaturas judaicas que Daniel era considerado profeta. Quando chegamos na figura de Daniel, a propósito, o que se compreende alí, Daniel não é um profeta semelhante a Isaías, Jeremias, que a vida alí foi ser profeta. Daniel era, sobretudo, um sábio em Babilônia. A primeira visão profética de Daniel ele vai ter cerca de 70 anos de idade. O capítulo 2 de Daniel, que é o sonho de Nabucodonosor, o sonho não é de Daniel. Daniel vai lá, vai orar a Deus e ter uma revelação de Deus, sobre o sonho do rei, não o sonho dele. Ele não teve nenhum sonho. Daniel trabalhou desde Daniel 1 até Daniel 4. No capítulo 5, que é da época de Belsazar, Daniel havia sido retirado da corte e é quando ele vai começar a ter visões. Daniel 7:1 No primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia, teve Daniel um sonho e visões …”

Depois, ele vai ter visões quando ele está bem avançado em idade. Normalmente, o que parece ser alí, e a posição também do Talmude, Daniel é um sábio, e está colocado também no Kethuvim, onde temos também literatura sapiencial. A figura de Daniel como sábio na corte de Babilônia, se tornou predominante nesta questão da classificação. Ezequiel cita Daniel. Mas o pessoal diz: “Mas este não é Daniel da Bíblia, Este Daniel que é citado em Ezequiel é um Daniel que aparece na mitologia cananéia, místico, etc, e tal.” Hoje, o pessoal vai analisar: “Gente, este argumento de Daniel tem muita dificuldade. Uma mentalidade tão religiosa como Ezequiel, o texto de Ezequiel no exílio babilônico. Não fecha,  pegando uma figura mitológica da literatura dos seus vizinhos que conquistaram seu país, para falar que é o herói de Deus. É muito difícil.” Falando de Ezequiel, a referência aqui realmente é Daniel, que parece ter se tornado uma figura importante no contexto do exílio babilônico. Ele vai falar lá, isto vem antes da destruição de Jerusalém, Ezequiel 14:14,20  “Mesmo que aqui em Jerusalém estiverem figuras como Daniel, Noé e Jó … salvariam apenas a sua própria vida … “, Mas no entanto a cidade seria destruída, não havia como interceder a favor da cidade. Se Daniel era conhecido do Ezequiel, que viveu no exìlio, então, houve algum Daniel alí durante o exílio babilônico que causou impacto junto ao mundo da época, e sobretudo na comunidade judaica. Um indivíduo como homem de Deus, servo do Senhor como referência. 


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https://www.youtube.com/watch?v=AoLfdfB36ww 


https://noticias.adventistas.org/pt/hospital-adventista-de-manaus-e-reconhecido-entre-os-melhores-do-brasil/ 




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