A Aliança no Éden - Pr. Reinaldo Siqueira

 A ALIANÇA NO ÉDEN (Pr. Reinaldo Siqueira)


Parte 1

Entender as alianças é entender o fundamento dos relacionamentos do ser humano com Deus. Temos dificuldades de compreender os temas, tópicos da Bíblia porque ainda compreendemos de maneira limitada este tema. Ao estudarmos este tema veremos  as bases de todo o relacionamento com Deus. O relacionamento com Deus aparece no tema da aliança. A palavra hebraica Berit = Aliança, significa: amarrar, acorrentar. Quando entramos nessa palavra, o sentido de berit, quando analisamos o texto, o termo hebraico do sentido etimológico, no sentido da sua raiz, o contexto é de acorrentar, amarrar. Berit está ligado com a ideia de amarras, cordas. Sentido de amarrar alguma coisa. O relacionamento que Deus deseja com a pessoa não é um relacionamento fortuito, casual. Não é um relacionamento fraco. Ele é um relacionamento muito forte. Para dar esta ideia de  relacionamento muito forte, o termo aliança, na Bíblia, traz uma ideia muito forte. Deus se amarra com o ser humano, Ele se acorrenta, Ele se prende no relacionamento muito forte que é impossível de ser rompido se as duas partes desejarem sempre se manter neste relacionamento. Não há quem possa rompê-los.

Jeremias 31:3De longe se me deixou ver o SENHOR, dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí.

Oséias 11:4  “Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor; fui para eles como quem alivia o jugo de sobre as suas queixadas e me inclinei para dar-lhes de comer. O sentido de aliança na Bíblia é relacionamento. Quando fala de aliança na Bíblia quer dizer que Deus veio para estabelecer um relacionamento com o ser humano, mostra como o ser humano pode relacionar-se com Deus, como o ser humano pode viver com Deus, como Deus deseja viver conosco também.


A Aliança no Éden = Gn 1 - 3

Nos três primeiros capítulos encontramos as bases de todos os relacionamentos com Deus desde o momento da criação até aos dias de hoje, até ao final da história humana. Ali estão as bases do relacionamento. Mas quando abordamos este tema, da aliança do Éden, muitas pessoas dizem: “Não existe uma aliança no Éden, porque a palavra Berit na Bíblia só ocorre pela primeira vez em Gênesis 6:18-20, e não ocorre em Gn 1 - 3. “Mas contigo estabelecerei a minha aliança; e entrarás na arca, tu e os teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos contigo.” E eles afirmam que a aliança só passou a existir a partir de Moisés em diante. É verdade que ali, no texto bíblico de Gn 1 - 3, não encontramos a palavra aliança. No entanto, existe um outro texto na Bíblia que fala que existia entre Deus e Adão uma aliança, e o texto é Oséias 6:7Mas eles transgrediram a aliança, como Adão; eles se portaram aleivosamente contra mim.” Entre Deus e Adão, conforme vimos no texto, existia uma aliança, pois aparece a palavra berit no texto. Eles transgrediram a berit, a aliança, o relacionamento entre Deus e eles como Adão transgrediu quando ele pecou. Entre Deus e Adão havia uma aliança, havia um relacionamento pactual. E qual é esse relacionamento? Como que ocorria esse relacionamento? Ao entender este tipo de relacionamento vamos entender como temos que relacionar-se com Deus, pois ali está a base de qual deve ser o relacionamento com Deus. Vamos ver os princípio que norteiam esse relacionamento:

 1) Gn 1 - 2  Deus é o Criador, o Senhor, o Rei Soberano: Ele cria, é a origem da vida, estabelece as leis e as aplica.  A primeira palavra, a primeira declaração da Bíblia diz: “No princípio criou Deus.” Deus Criador é o primeiro ponto fundamental da aliança, reconhecer Deus como Criador é a base de todo o relacionamento entre o ser humano e Deus. Muitos não aceitam Deus como Criador, afirmam que Deus é um ser extraordinário mas não aceitam como Criador. Então já começam numa base equivocada. A primeira coisa a fazer é acreditar que Deus existe, e depois confessar que Deus é o Criador, e que nós, portanto, somos suas criaturas. O relacionamento com Deus na Bíblia vem nesse nível. Deus não é um ser semelhante a nós, não está no nosso nível. Não somos seres que estão no mesmo nível que Deus. Somos criaturas e Ele é o Criador. Ele está acima de tudo o que existe no Universo, porque diz, no princípio criou Deus os céus e a terra, então, tudo que existe no Universo. Se quisermos nos relacionar com Deus, o ser humano é chamado a aceitar esta realidade, existe um Deus, e este Deus é o Criador. Tudo que existe, existe para a Sua vontade, não por acaso. Tudo que existe, existe porque Ele planejou, e assim O desejou. Tudo que existe, existe porque Ele o fez, Ele atuou. Veja como essa base da aliança, hoje em dia, esse tema é tão importante. Primeiro, a maior parte das pessoas hoje,  não acredita que existe um Deus. Se não acredita que existe um Deus não pode relacionar-se com Deus. Segundo,”existe alguém lá em cima, mas não acreditamos que Ele seja o Criador. Existe, apertou um botão no início e aconteceu o Big Bang. E a partir daí tudo tem ocorrido por acaso, Ele não se intromete em nada, Ele não tem plano para nada. As coisas acontecem porque é por acaso.” Isto é muito comum, é o pensamento do mundo da nossa era: se existe um Deus Ele não interfere em nada e não tem nada a ver com a gente, todas as coisas são por acaso. “Estou aqui por acaso. Estou aqui porque não sei, por acaso o gêne do meu pai, minha mãe, se combinaram e estou aqui.” Não é isto que a Bíblia diz. A Bíblia declara claramente: Primeiro, que existe um Deus, não estamos sozinhos no Universo. Hoje a gente vê pessoas, países, gastando bilhões em dinheiro para botar antena para saber: “estamos sozinhos no Universo ou não?” A Bíblia já diz no primeiro verso: “Não estamos.” “Somos os únicos seres inteligentes do Universo ou não?” A Bíblia diz: “Não são.” Existe um Deus, e esse Deus é Criador. Ele planejou as coisas. Ele sonhou com as coisas. Ele decidiu criar. Você não está aqui por um mero acaso. Você está aqui porque um Deus, um Ser extremamente sábio, amoroso, um dia criou tudo e planejou a sua existência neste mundo. Ele é Criador. Se você quer relacionar-se com Ele, lhes convido a aceitar essa realidade. A aliança do Éden vos convida a aceitar a Deus como Criador, aceitar que Ele existe, aceitar que Ele planejou a existência de tudo que existe no Universo, inclusive a nossa existência. 

Deus não somente cria, Deus também é Senhor Soberano, o Rei. Muita gente até aceita que Deus é Criador, quando criou é outras coisas, mas acreditam em Deus como Criador. A Bíblia, nessa aliança do Éden, não declara Deus ser somente o Criador, diz que Deus é Soberano. O que quer dizer Deus é Soberano? Soberania é uma idéia ligada com leis. Por exemplo, aqui no Brasil, quais são os poderes soberanos nacionais? A soberania nacional está ligada com o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. O Legislativo faz, promulga leis. O Executivo executa aquilo que foi planejado, as leis que foram feitas devem ser executadas. O Judiciário tem que velar para que essas leis sejam cumpridas. Os três poderes soberanos de uma nação estão ligados com a idéia de leis. Quem faz, quem executa, quem julga, detém a soberania. Soberania está ligada com isto: leis. Quando vamos ao livro de Gênesis capítulo 1, vimos que Deus ao criar, Ele cria estabelecendo leis: “Haja luz. E houve luz.” Isto foi no primeiro dia. Depois separou a luz das trevas e estabeleceu o ciclo do dia. Depois Deus diz: “Haja firmamento. Separem-se as águas.” E Deus criou a atmosfera. E depois Deus segue dizendo: “Apareça a erva. Apareçam os animais. Estabelece o ciclo anual.” Temos aqui várias leis que são estabelecidas. Deus cria o Universo estabelecendo leis. Leis físicas, leis biológicas. Leis que geram um ser humano. O ser humano tem de governar, trabalhar, obedecer. Leis alimentares: vocês vão comer isto; os animais comerão aquilo lá. Deus estabelece a Sua Soberania através da criação, e a criação é feita através de leis. Dentro deste primeiro ponto relacionado com Deus entra o segundo e importante aspecto do relacionamento com Deus. Se queremos relacionar-se com Deus, primeiro temos que acreditar que Ele existe, que Ele é o Criador, somos Suas criaturas. Mas só isto não basta, temos que aceitá-Lo como Senhor Soberano. Muita gente até acredita que Deus é Criador: “Está bom! Deus criou. Mas o que Ele tem a ver com a minha vida? Sou criatura, tá ótimo, mas o que tem a ver, o que isto implica para mim?” Se nós queremos um relacionamento com Deus, não basta aceitá-Lo como Deus somente, temos que aceitá-Lo como Senhor: “Senhor na minha vida. O que Ele fala é importante. O que Ele diz aceito. As Suas leis passam a ser parte da minha vida. Ou seja, aceito a Sua Soberania.” Este é o primeiro aspecto. O Relacionamento com Deus começa com isto: aceitá-Lo como Deus, como Criador, e como Senhor. Este é o primeiro ponto do aspecto da aliança do Éden. O próximo aspecto está ligado com o ser humano. Todo rei, para ser rei tem que ter súditos. É muito fácil você ser rei sem ninguém para reinar. Qualquer um pode ser rei assim:  “A partir de hoje vou ser rei, a partir de hoje vou ser rainha. Está bom! E quem vai te obedecer? Não tem ninguém não, mas me declarei rei está bom.” Muito fácil. Toda a idéia de rei, soberania, está ligada também com um grupo de pessoas, de seres que obedecem, ou seja, os seus súditos. No relacionamento do Éden, os súditos de Deus são representados pelo primeiro par humano, pelo primeiro casal: Adão e Eva. 

E daí entra outro aspecto muito importante, porque quando falamos de súditos, de reis, muitas pessoas, às vezes, reagem negativamente: “Súditos quer dizer alguém explorado, alguém maltratado, alguém que a pessoa domina sobre ele, aproveita dessas pessoas.” E a gente tem uma reação negativa. Por isso muita gente quando pensa em Deus: “Ah! Deus é o Criador. Deus é o Senhor. Está bom, mas Soberano na minha vida? Ahh! não, não, não. Por que que Deus vai mandar no que que eu falo? Para que que vou obedecê-Lo? Não, não, não, isto é exploração. Isto é humilhação, isto é opressão.” E as pessoas pensam assim porque geralmente os poderes deste mundo, os governos deste mundo, na maior parte do tempo, deixam muito a desejar. São governos que, de certo modo, exploram para o seu benefício próprio. Por isto  temos uma reação negativa com a idéia de sermos súditos, porque te liga com a idéia comum da experiência humana com os governos que atuam neste mundo. Mas quando vamos para a Bíblia, quando vamos para o livro de Gênesis o que que é ser súditos de Deus? Em Gn 1:27, Adão e Eva foram criados à “imagem e semelhança”  de Deus. Esta palavra, “imagem e semelhança”, implica que o ser humano, tanto quanto possível, reflete a perfeição de Deus em todos os aspectos. Aspecto moral, aspecto espiritual, aspecto intelectual(somos criativos, temos idéias novas, podemos realizar coisas grandes como Deus pode). Aspecto, inclusive, físico. O ser humano é perfeito fisicamente. Quando assisto algum programa, algum filme de ficção, daí vejo aqueles outros seres, extraterrestres, que a imagem humana cria. Vejo a dificuldade que o ser humano tem de conseguir conceber um ser mais perfeito, mais belo, mais proporcional do que a si mesmo. Os seres extraterrestres mais bonitinhos são aqueles que se parecem com os seres humanos. Botam alguma coisinha, alguma orelha mais puxada, e aquilo e outro,  mas eles são iguaizinhos aos seres humanos. Mas aqueles que não são iguais aos seres humanos, eles são monstros: Tem cabeçona deste tamanho, e um pescocinho  fininho assim; tem um mão deste tamanho, e um corpinho assim. E pezão não é? Ele é desproporcional. Ele é feio. Não tem proporcionalidade. Porque o ser humano é assim, ele tem proporcionalidade. Quando você separa o rosto do ser humano, existe proporcionalidade. Quem estuda desenho, arquitetura sabe disto, você tem que ter equilíbrio, proporcionalidade. O nariz está no local, a boca está no local certo, os olhos de um lado e do outro, as orelhas, o tamanho do rosto em relação ao resto do corpo. Ele vem, o ser humano, numa proporcionalidade perfeita. E daí vem a parte: como é possível fazer algo mais perfeito do que obra prima que é o ser humano? Deus o criou à Sua imagem, à Sua semelhança. Ele traz assim essa perfeição e equilíbrio de formas que caracterizam o bom gosto, a capacidade extraordinária criativa de Deus. A primeira coisa, então, que a Bíblia diz é: todos nós somos lindos. Amém! Alguns são mais lindos e outros mais ou menos. Mas todos somos lindos. Mas quando Deus usa esta expressão: criados à imagem de Deus, Gn 5:1-3, de novo aparece essa mesma expressão: “que Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez; homem e mulher os criou, e os abençoou, e lhes chamou pelo nome de Adão, no dia em que foram criados. Viveu Adão cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem.” A expressão “imagem e semelhança”, na Bíblia, no original, além de ter toda esta idéia, que o ser humano traz a perfeição de Deus junto consigo, até no seu físico, no seu intelecto, nos seus aspectos cognitivos, o ser humano foi criado num relacionamento de filho para com Deus. É uma expressão idiomática: ser a imagem e semelhança de alguém é ser filho da pessoa. Dizemos: “Ele é a cara do pai. Ela é a cara da mãe. É igualzinho, puxa, filho de peixe, peixinho é.” Então, esta mesma expressão que usamos para relacionar que é o filho, a filha, na Bíblia é: “imagem e semelhança.” E daí vem o ponto importantíssimo das alianças com Deus. Deus é o Criador. Ele é o Rei Soberano. Ele nos criou para podermos viver com Ele como Seus súditos. Mas ser súditos de Deus é ser filho e filha de Deus. Ser súditos de Deus é estar num relacionamento como Pai e nós como Seus filhinhos, Suas filhinhas. Ser súdito, na aliança da Bíblia, não é ser servo, não é ser escravo, não é ser alguém explorado. É ser um filho, uma filha de Deus. Agora, se Deus é Rei, e nós segundo esta aliança do Éden, somos Seus filhos e filhas, quem é filho e filha de Rei é príncipe e princesa. Na aliança do Éden nos diz que no relacionamento com Deus Deus deseja que nós sejamos príncipes e princesas do Seu reino. Esta é a base. Isto é ser súditos de Deus. Príncipe e princesa é algo bem interessante, as meninas, sobretudo, é um negócio que atrai bastante: “Princesa! Poxa, sou uma princesa.” A Bíblia diz e é verdade, é isto mesmo. Aos homens diz o mesmo: “Vocês são príncipes.” Neste mundo príncipes e princesas são pessoas bem importantes. A mídia, ela dá ênfase, valoriza por exemplo, faz publicidades, de quem está ligado à realeza, como  casamentos, por exemplo. 

Imagina a sua posição, hoje, vivemos aqui, num momento intermediário até que Deus estabeleça Seu reino neste mundo. Mas o que a Bíblia declara para quem entra em relacionamento com Deus, é que somos Seus súditos, Jesus ensinou muito bem isto, tanto que chamamos a Deus de Pai. Tem a oração: “ Pai Nosso que estás nos Céus.” Somos filhos amados de Deus. Filhas amadas de Deus. Se os reis e príncipes deste mundo são importantes, imagina a importância sua. Você não é filho, você não é filha, de um rei deste mundo, que tem um reinado bem pequenininho. Se eles são importantes porque são filhos e filhas de um rei deste mundo, imagina a sua importância, o seu valor? O seu valor é gigantesco, um negócio extraordinário. Deus, nesta aliança, nos quer muito perto dEle. Quem aceita esta aliança tem a promessa de Jesus: “Aquele que vencer Comigo, assentará no Meu trono.” Ap. 3:21. Adão foi criado para governar com Deus: “Vocês governarão Comigo por toda a Eternidade,e terão a glória e a honra que pertence ao próprio Deus”. Que ninguém nunca diga para você: “você não vale nada.” Se alguém mostrar para você: “você não vale nada.” Não acredite. Não dê ouvidos. A Bíblia declara para todo o ser humano que deseja relacionar-se com Deus: “Você é Meu filho. Você é Minha filha. Príncipes e princesas, um valor imensurável, não só nesta Terra, mas em todo o Universo.”


Parte 2 

Continuamos o estudo sobre alianças de Deus no Éden. Então, nesta primeira parte, vimos que aliança é relacionamento. Isto é o que Deus  quer com o ser humano, relacionamento. Filhas amadas de Deus. Filhos amados de Deus. Se os reis deste mundo são importantes, imagina que importância sua. E as bases deste relacionamento são sempre as mesmas desde a criação, e serão até o fim da história humana. Vimos, então, os primeiros pontos fundamentais deste relacionamento com Deus. Aceitar a Deus como Existente, Criador, Soberano é o primeiro aspecto. Somos seus súditos, súditos criados no status de filhos e filhas, ou seja, príncipes e princesas, e que é o segundo aspecto. Criados para governar com Deus. Deus disse lá, quando criou à Sua imagem e semelhança Adão e Eva: “E tenham eles poder sobre todos os animais da Terra, sobre todos os peixes do Mar, sobre todas as aves que voam sobre a Terra, sobre toda a Terra.” O ser humano foi criado com o expresso objetivo de governar com Deus. E essa idéia vai atravessar toda a Bíblia. Na última  mensagem para a humanidade, a mensagem angélica que aparece em Ap.14:7, chama a humanidade para adorar o Criador: “Adorar Aquele que fez os céus, a terra e o mar.” Para crer nEle, para adorá-Lo, para aceitá-Lo como Senhor. Nesta mensagem bíblica também diz que aqueles que aceitarem o convite divino reinarão com Cristo pelos séculos dos séculos. Estes são os dois pontos fundamentais. Seguindo, então, neste contexto, do relacionamento com Deus, aparece então o terceiro aspecto. Todo rei que tem súditos, ele vive com esses súditos num reino. O terceiro aspecto da aliança no Éden é: existe um reino, um local onde Deus vai conviver este relacionamento com a humanidade, este reino é a Terra. A Terra, local que Deus criou tem alguns aspectos interessantes:

1 ) Idéia de reino tem uma idéia universal.(Gn.1:26).  “... tenha domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam sobre a terra.” Ou seja, Deus criou o ser humano para reinar com Ele e o reino que Ele deu é toda a Terra. No meio religioso, no meio cristão, muitas pessoas perguntam: “Onde é que vamos viver com Deus?” A  Bíblia é bem clara: aqui nesta Terra. Foi esta Terra que Deus criou para viver com o ser humano. Foi nesta Terra que Deus criou  para que o Seu relacionamento acontecesse com o ser humano. Muita gente pensa assim sobre a Eternidade: “Puxa! Lá, e depois, quando eu for viver com Deus, vamos viver lá no Céu, onde tem só nuvens, viver tocando harpas, bater as asinhas, pular de nuvem em nuvem.” Não é esta imagem que a Bíblia tem. O local onde o ser humano vai viver com Deus, onde Deus planejou a Sua vida com o ser humano é a Terra. “Reine Ele sobre toda a Terra.” Por um momento específico, iremos com Cristo ao Céu, à Nova Jerusalém. E passaremos lá um tempo específico: mil anos. Como um período de juízo. Que Deus vai nos tirar e nos levar para lá com um propósito especial, terminar todo o processo de julgamento, de juízo, e esclarecimento de Seus propósitos diante de todos os seres criados. Depois deste período, a Nova Jerusalém desce dos céus para a Terra. Põe fim ao pecado. Deus cria novos Céus, e nova Terra. E viveremos por toda a Eternidade aqui, sobre esta Terra. Viveremos entre colinas, montanhas, vales e rios, nesta Terra, renovada, perfeita, extraordinária, gloriosa. Este é o plano, este é o propósito de Deus. “Nela, estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos os servirão. … O Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos.Ap. 22:3,5. Portanto, esta é a idéia, Deus criou um reino, o reino é a Terra, e iremos viver com Deus aqui para toda a Eternidade. E daqui, iremos ter acesso a todo o Universo, porque o trono de Deus vai se deslocar de onde ele está, e vai se estabelecer aqui na Terra. Aqui será o centro, a capital, o principal local de todo o Universo. Quem quiser vir visitar a Deus no Seu trono terá de vir aqui. Estaremos, aqui, no local principal, eleito por Deus, para Seu relacionamento conosco. Primeiramente, como vimos, o aspecto Universal, Ele criou toda a Terra. Mas, na aliança do Éden, existe algo curioso, a noção de reino existe por um lado, o aspecto Universal, que é toda a Terra; por outro lado, existe o aspecto particular, o Jardim do Éden. Sabe que o texto bíblico, Deus criou todas as coisas pela Sua Palavra, menos duas coisas: 1) o ser humano. Deus desce sobre a Terra, toca Suas mãos no barro, forma um boneco com Suas mãos, se aproxima dele, toca, sopra o fôlego da vida, o boneco passa a ser um ser vivente. Quando Ele vai criar a mulher, Ele toma parte do homem. Deus, então, faz a primeira experiência de genética. Hoje se pergunta: “Como você pode criar um ser de uma parte somente?” Hoje, com a engenharia genética, você pega uma célula, libera, você pode criar um ser. Hoje, chamada de “células tronco.” Deus tomou uma parte do ser humano e fez a primeira experiência de engenharia genética da história da humanidade. Aquele pedaço de costela criou um ser. Tocou para criar o ser humano. Por quê? Porque o ser humano é especial. 

2) A outra parte da criação, que Deus não falou e apareceu, foi o Jardim do Éden. Gn.2:8E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, da banda do Oriente, e pôs nele o homem que havia formado.” O verbo aqui utilizado “plantar”, é o mesmo verbo utilizado na Bíblia por  jardineiro que vai e planta a árvore, e planta flores, e planta grama. O verbo, quer dizer, Deus com Suas próprias mãos criou o jardim do Éden. Ele não disse: “Apareça  o Jardim.” Fez algo especial com Suas próprias mãos e deu ao ser humano. É interessante este aspecto, do Jardim do Éden, porque este aspecto particular vai atravessar todas as Escrituras. Muitas pessoas dizem o seguinte, especialmente, quando se dá palestra sobre Criacionismo, Evolucionismo: “Onde que era o Jardim do Éden? Onde ficava o Jardim do Éden?” Por causa do Dilúvio que destruiu toda a Terra, a resposta comum é; “Não sabemos.” Mas a Bíblia responde, localiza exatamente onde era o Jardim do Éden: “E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, da banda do Oriente … E saía um rio do Éden para regar o jardim, e dalí se dividia, repartindo-se em quatro braços. O primeiro chama-se Pisom, é o que rodeia a terra de Havilá, onde há ouro. O segundo rio chama-se Giom, é o que circunda a terra de Cuxé. O nome do terceiro rio é Tigre, é o que corre pelo oriente da Assíria. E o quarto é o Eufrates.Gn. 2:8,10,11,13,14. Quando vai descrever o Jardim do Éden, diz que do Jardim do Éden saía um rio, e que este rio se dividia em quatro braços. Diz que um braço ía para a terra de Havilá, onde há ouro. E começa a dar referências geográficas, não antes do Dilúvio, mas referências geográficas, das terras, dos países, nos dias de Moisés. Ou seja, depois do Dilúvio. Salomão mandou buscar ouro na terra de Havilá: “ … de Ofir transportavam ouro … o peso do ouro que traziam a Salomão cada ano era de 666 talentos de ouro.I Reis 10:11,14. Depois diz, o outro rio saía para a terra da Etiópia. Havia terra da Etiópia nos dias de Moisés. O outro rio escorria para o norte, para a terra de Nínive. Regiões de Nínive,  corriam rios Tigres e Eufrates. Ele nos dá o limite sul da terra, Egito, Arábia Saudita; e por outro lado, o limite norte, Mesopotâmia. Quando Moisés escreveu, o Jardim do Éden ficava entre a Mesopotâmia, Arábia Saudita, e a região do Egito. Ou seja, o Jardim do Éden, a sua localização é hoje, onde estão os países: Síria, Palestina e Israel. Todos aqueles países alí, desde a Síria, Líbano, Israel, Palestina e Jordânia. Essa região entre Mesopotâmia, Egito e Arábia Saudita ficava o Jardim do Éden. E este local Deus vai cuidar o tempo todo. Quando Deus chama Abraão para sair da terra dele “e vai para a terra que te mostrarei.Gn.12:1. E que vai herdar esta terra: “... desde onde estás para o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente.Gn. 13:14. Esta terra fica desde a Mesopotâmia, rio Eufrates, até o Egito. Ou seja, a terra prometida a Abraão é exatamente o local onde estava o Jardim do Éden. Quando Davi conquista o seu reino, expande até os limites máximos, o rei Davi ía, desde o rio do Egito, até o rio Eufrates, na Mesopotâmia. Ou seja, o reino de Davi era o local do Jardim do Éden. Quando Deus desce para estabelecer a Sua cidade, no final do milênio, diz que Jesus virá dos céus, e vai descer sobre o Monte das Oliveiras. Ap.21:10/ Zac.14:4,5. Quando Ele tocar os pés no Monte das Oliveiras, o Monte vai se separar, e vai abrir um grande vale, ou seja, a Cidade Santa vai descer naquele mesmo local. E o que vai ter dentro da Cidade Santa? O Jardim do Éden. 

Vimos pela Bíblia, pelo Espírito de Profecia da irmã Ellen White, que quando a humanidade começou a pecar demais, antes do Dilúvio, Deus tirou o Jardim do Éden daqui da Terra e o levou ao Céu, E construiu a Nova Jerusalém, tendo o Jardim do Éden como o Jardim central. E ela descreve, quando Adão entra pelas portas da Nova Jerusalém, ele vê dentro da Cidade o mesmo Jardim, vê agora cercado por uma cidade esplendorosa, a Nova Jerusalém, que será o lar de todos os remidos por toda a eternidade. Quem morar na nova terra, vai sem dúvida, morar em toda a terra. Mas vai morar numa cidade, e esta cidade se chama: Nova Jerusalém. Dentro da cidade está o Jardim do Éden, cidade construída pelas próprias mãos de Deus. Abraão vai para a terra prometida, esperando receber um dia, a cidade cujo construtor é Deus. Hb.11:10. Como o Jardim do Éden, Jesus diz: “Pois vou preparar-vos lugar.” Jo.14:2. “E quando Eu for e vos preparar, Voltarei para tomar vocês, para que onde Eu esteja, estejais vós também”. Vamos morar no mesmo local que Deus planejou, só que agora, muito mais glorioso. Iremos ver as aves que Adão viu. O relacionamento que Deus estabeleceu com Adão é relacionamento para durar para sempre. O pecado trouxe uma pequena interrupção, mas Deus vai restaurar todas as coisas. O livro Grande Conflito descreve esta entrada na Nova Jerusalém, Jesus dirige todos os santos, abre as portas da cidade, os anjos dão as boas-vindas com alegria. Jesus, então, dirige com Adão e todos os seres humanos aos pés da árvore da vida. E Jesus mesmo come o fruto da árvore da vida e oferece a Adão. Ellen White diz que Adão se aproxima dEle e lança aos Seus pés, tira a sua coroa, como iremos tirar nossas coroas. Iremos lançar aos pés de Cristo. Jesus, agora, levanta Adão, o representante da humanidade, o abraça e diz: “Bem-vindo ao lar.” Deus, o Criador, quando criou todas as coisas, criou pensando em você, para estarmos com Ele para sempre.

O quarto aspecto: O rei com seus súditos que vivem no reino, numa terra, num país. Todo país tem leis. Assuntos de leis são aspectos muito mal compreendidos. Quando lemos em Gênesis existem duas coisas que aparecem bem claras: a lei está ligada com a vida. Quando Deus estabelece: Haja luz. Houve luz. Estabeleceu sequência dia/noite. É impossível existir vida se não houver luz. Estabelece uma lei física para que exista vida. Haja separação entre as águas e apareça o firmamento, ou seja, a atmosfera. A maior parte dos seres que vivem nesta Terra são seres aeróbicos, precisam de ar, oxigênio. Tudo que você precisa para viver está na atmosfera. Estabelece a atmosfera para que haja vida. Vegetação. Alimentação.  Água para os peixes viverem. O ar. Ambientes ecológicos. Terras para árvores. Rios. Tudo isto Deus criou para que haja vida. As leis de Deus estão ligadas com a vida. Deus cria leis para que existam vidas. Quando Deus cria os seres biológicos, os animais, os seres humanos, aparece mais um elemento: benção. “E Deus os abençoou, dizendo: Sede fecundos, multiplicai-vos … tenha ele domínio … “ Gn.1:22,26. Leis estão ligadas com a vida. Isto é muito interessante. As pessoas quando pensam de leis, pensam em algo que limita a nossa liberdade, algo que nos oprime. Não é esta a noção de lei na Bíblia. Isto é noção de lei nos governos deste mundo que passam a fazer leis para fazer exatamente isto, mas não Deus. Deus cria leis para que exista vida e bençãos. A palavra “lei”, é “Torá” no hebraico. Na Bíblia não quer dizer lei, mas orientação, ensino, instrução. Ensinamento, esta que é a noção de lei na Bíblia. Quando Deus diz: “Eu dou as Minhas leis”, quer dizer, “Eu dou as Minhas instruções. Os Meus ensinamentos.” E esta palavra está ligada à idéia de Deus como Criador. Vou usar como ilustração o aparelho de TV. Quando você compra este aparelho, junto com ele vem o manual de instrução. Para funcionar você tem que fazer os seguintes passos, e alí dá as instruções: Se o aparelho é elétrico precisa ligar no tomada, mas precisa posicionar a voltagem do aparelho com a da tomada se é 110 ou 220 volts. O aparelho para funcionar tem o controle, então tem que ligar o cabo, receber o sinal,  ajustar o canal. Enfim, se você quer que o aparelho funcione tem que seguir as instruções. Se quer preservar o aparelho diz: Cuidado aparelho eletrônico. Quando for limpar passe um pano úmido, etc, deixe secar e ligue. Não jogue água. Não funciona falar: “Aparelho tu és meu, sou seu dono, tens que me obedecer.” Tira da caixa, coloca em local elevado. E diz: “Funciona”. Aparelho vai funcionar? Não. Porque não vai funcionar? Porque o aparelho é ruim? Porque ele foi criado para funcionar se seguir as instruções do manual. Podes comprar o melhor aparelho, não vai funcionar se não seguir esses passos. Voltando ao assunto Torá. Torá  está ligada com a idéia de instrução. Ele, como Engenheiro, como uma grande companhia, criou, e nos projetou para funcionar de um certo modo. Na sua Bíblia, Ele dá o manual de instrução: “Filhinhos, filhinhas, você quer funcionar bem? Siga as Minhas instruções porque foi assim que Eu te criei. Se você quer ser feliz? Quer ter vida? Quer prosperar e viver muito tempo? Siga as Minhas instruções.” E todos os aspectos da lei são assim: Alimentação. Te criei para que você se alimente deste modo. “Ah não! Quero beber óleo cru”. Deus nos criou para beber óleo cru?  Não! 

As leis de Deus foram criadas para ter vida e bênção. E chegamos ao último aspecto da aliança no Éden.

5) O Sábado, o sinal da aliança(Gn.2:1-3). Temos algumas experiências de vida que nos fazem entender o que é a aliança, uma delas é o casamento. A aliança de casamento é uma aliança de fato. Duas pessoas vem, se encontram, se amam, decidem publicamente assumir um compromisso mútuo de amar e ser fiel àquela pessoa. Isto é aliança. Eles se amarram. Eles se prendem um ao outro através de um compromisso mútuo. 

É isto que está na aliança lá: Deus se prende ao ser humano através de compromisso mútuo. Ele e o homem viverem juntos para sempre.

Toda a aliança tem também um sinal. Na nossa cultura o sinal da aliança é o anel no dedo. Quando a pessoa tem isso no dedo quer dizer que a pessoa tem alguém com quem ela, ele, assumiu um compromisso de amor e fidelidade por toda a vida. Se a pessoa está lá, vê a pessoa meia simpática, boa aparência,  mas chegando perto vê o dedo, e retrai pois a pessoa já está comprometida. É exatamente isto. Para onde eu for as pessoas vão ver que tenho um compromisso com uma pessoa, tenho a minha esposa. Toda aliança tem um sinal que representa esta aliança, que representa este relacionamento, que representa este compromisso. No contexto da aliança da criação, o sinal da aliança, o Sábado é o sinal da aliança de Deus com o homem. Lemos a história da criação, chegamos em Gn.2:1- 3. Deus terminou de criar. “Havendo Deus terminado no dia sétimo  a sua obra, que fizera, descansou neste dia de toda a sua obra que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou”. Esta palavra “santificação”, exatamente, diz, ele colocou uma parte, separou para si, e colocou isso como sinal da criação. Então vem algo interessantíssimo, com respeito a este sinal da aliança, que traz o valor do Sábado para esta aliança do Éden, e para as alianças de todos os seres humanos com Deus. Quando olhamos bem a razão de guardar o Sábado, existem muitas razões: descansar, prover uma pausa no meio das atividades, pois o melhor ciclo de atividade é este que junta questões de saúde, trabalha seis e descansa o sétimo. A fisiologia mostra hoje. Mas, não diz que o sétimo dia precisa ser o Sábado, o sétimo dia da semana. Muita gente não guarda o Sábado e está vivo ainda. Tem muita gente que nunca guardou o Sábado e vive muito tempo. Mas por que  eu guardo o Sábado?  Porque guardamos o Sábado? Porque Deus nos convida a guardar o Sábado? Toda a razão que está lá na Bíblia para guardar o Sábado são sempre as mesmas, está ligada com a história da criação, está ligada com a aceitação de dois elementos básicos: Primeiro é que Deus é o Criador. Segundo, que Ele mandou e por isso nós obedecemos. Esta é a razão básica. Ou seja, quando aceito o Sábado, que Deus separou como sinal da aliança da criação, aceito que Deus é Criador e que Ele é Senhor. Sou Sua criatura, e aquilo que Ele fala é importante para mim. Quando aceito o Sábado, aceito em princípio, todos os elementos básicos desta aliança, aceito me relacionar com Deus como meu Criador e como meu Senhor. Mas, outras “pessoas também aceitam a Deus como Criador e Senhor”, alguém pode dizer.  É verdade, mas às vezes, estão confusas. Se aceito Ele, realmente, como Criador, aceitarei a história de Gênesis 1 e 2. Se aceito a história de Gênesis 1 e 2, o dia que Ele dedicou como sinal deste relacionamento é o sétimo dia, o Sábado, porque nele Ele descansou. “Eu guardo o meu sétimo dia, descanso o meu sétimo dia.” Muito bem, parabéns para você é bom para a sua saúde. Mas isto não é o que está escrito na Bíblia. Deus nunca pediu para que descansássemos no nosso sétimo dia. Não existe isto na Bíblia. Devemos descansar no sétimo dia dEle, porque Ele trabalhou seis dias e descansou no sétimo, por isso Ele abençoou e santificou. É o sétimo dia dEle, não nosso. Nunca o nosso sétimo dia foi dia de descanso. Adão foi criado na sexta, e o primeiro dia completo da vida dele foi o Sábado. Já descansou no primeiro dia. Já nasceu para descansar. O Sábado,  símbolo da criação, é também símbolo da graça. Deus trabalhou e nós usufruímos da obra dEle. Deus faz e nós descansamos em Deus. Esta é a primeira lição que Adão tinha que aprender na sua existência. Deus fez e agora descansa comigo. Aprender isto, é a maior benção que Deus quer dar para todos nós, aprender a descansar em Deus.


Parte 3

Nesta terceira palestra iremos verificar, no contexto da aliança, eventos após a queda do homem. Nos primeiros dois capítulos da Bíblia, vemos qual é o relacionamento que Deus quer ter com o homem, os princípios fundamentais, que Deus estabeleceu na criação. E deseja este princípio fundamental por todo o tempo, até a Eternidade. Ele como nosso Deus, Senhor, Criador, nosso Rei. Nós, seus filhos e suas filhas, somos criados para viver com Ele. Para nos relacionarmos com Ele. Não somente isso, para governarmos com ele. No Seu reino, leis são códigos para vida e felicidade, e o Sábado como sinal da Sua aliança. Isto não somente na criação mas, toda a história humana, até por toda a Eternidade. Este é o relacionamento que Deus queria ter com o homem, se o homem não tivesse caído, este relacionamento seria para todo o sempre. No entanto, ao seguirmos a leitura da Bíblia vemos que o homem recusou, rompeu esse relacionamento com Deus. E daí entra o contexto do pecado. Em 

Gn 3:1- 8, o ser humano quebrou um dos mandamentos básicos de Deus: Não deveria comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. No entanto, ele decidiu comer. Ao fazer isso ele quebra o mandamento, uma instrução de Deus, e rompe o relacionamento com Deus. Agora não existe mais relacionamento entre Deus e o homem. Não porque Deus não desejasse relacionamento, mas porque o homem, ele rompeu esse relacionamento. Ele com a sua liberdade: “Não, não quero seguir mais este relacionamento.” Então a aliança é quebrada. É essa a referência que lá em Oséias 6:7Adão rompeu a sua aliança com Deus.” Agora o que fazer? O homem de maneira deliberada decidiu romper o relacionamento com Deus, o que fazer para restabelecer esse relacionamento? Então vemos os outros aspectos da aliança de Deus na Bíblia: os aspectos após a queda. O primeiro aspecto importante das alianças de Deus na Bíblia. Deus toma a iniciativa de reatar este relacionamento. Ele vai atrás do homem. O homem não agiu assim: “Nossa pecamos! Vamos agora atrás de Deus para saber o que devemos fazer. Vamos falar com Ele.” Não! Quando Deus aparece o que o homem faz? Foge. Ele não quer relacionamento. Mas o que que Deus faz?  Vai atrás do homem. É Ele que toma a iniciativa de reatar este relacionamento. Ele  vai em busca do homem. E daí vem um dos princípios básicos deste relacionamento. Deus sempre toma as iniciativas de estabelecer relacionamento com o homem. Deus faz este restabelecimento através do diálogo, através de perguntas. Por quê Deus perguntou a Adão “Onde estás?” Será que Deus não sabia onde Adão estava. Deus é onisciente. Sabe de tudo. Ele conhece todas as coisas, até as coisas mais escondidas, que estão no recôndito da vida, do coração, da mente humana. Quando Ele encontra Adão, olha só né, Adão e Eva se esconde, e Deus “Onde você tá?” Eles acharam que Deus não estava vendo, esconderam o rosto e já acharam que estavam escondidos, tampou o rosto e ninguém está vendo mais. Se abrirmos a Bíblia em 

Gn. 3:10, quando Adão saiu para se encontrar com Deus, “Ouvi a Tua voz no Jardim e porque estava nu tive medo e me escondi.” E Deus faz uma pergunta de novo. Gn. 3:11, “Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore que te ordenei que não comesses?” Adão responde. “A mulher que Tu me deste por esposa me deu do fruto e eu comi.” Deus disse a mulher: “Que é isto que fizeste?” Faz outra pergunta. E a mulher responde. “A serpente me enganou e eu comi.” Interessante o modo como Deus age. Sabemos muito bem que Deus sabe todas as coisas. Ele conhece tudo. Aliás, inclusive, nesta questão de pecado, vimos a história de Caim e Abel. Deus vem para Caim e faz perguntas: “Por quê aconteceu isso, por quê está caído o teu semblante?” Depois Ele vem e diz: “Onde está o teu irmão?” E ele responde: “Por acaso sou o guardador do meu irmão.” Daí Deus mostra, Ele sabe de tudo  e diz: “a terra que abriu a boca para receber o sangue do teu irmão, ela clama para Mim e Estou sabendo.” Mas porquê que Deus faz perguntas se Ele sabe de todas as coisas? Qual a razão? A razão é porque Deus quer restabelecer o diálogo, Ele quer ouvir a voz do ser humano. Ele quer conversar com o ser humano. Ele não chega falando: “Adão! Porquê que você pecou? Pá, pá, pá. Ah agora porquê você fez isso? Tchuaa! Flop, flop!” É interessante, muitas vezes, nós pais, somos tentados a fazer assim. A criança faz aquela travessura, aquela arte,  e a gente já chega, não pergunta nada, chega já batendo, infelizmente. Deus nos ensina, nos dá um modelo. Antes de trazer Sua Palavra, antes de trazer a Sua punição Ele dialoga. “Filho, o que que aconteceu? Deixa Eu ouvir a sua voz, me fala. O que você está pensando? Por que você fez isso?”  Então Adão reata o relacionamento com Deus porque dialoga com Deus.”Olha Senhor aconteceu isto, tive medo.”Por que você teve medo? Quem te disse que você estava nu?” “A mulher.” Mesmo que esteja falando bobagem, mesmo que esteja falando alguma coisa que não procede, no entanto, ele está conversando com Deus. Está dialogando com Deus. Deus está restabelecendo o diálogo, o relacionamento. É assim que Deus faz. Por isso lá em Isaías 1:18Vinde, pois e dialogamos.” O maior problema de Deus é quando o ser humano não quer conversar. Enquanto há diálogo há esperança. Ele busca, dialoga, toma a iniciativa. Será sempre assim na Bíblia. Temos aqui um problema, o problema do pecado. E Deus disse: “... no dia que dela comeres certamente morrerás.” Gn. 2:17. Quebrar a lei de Deus está ligado com morte. Se a lei de Deus é vida, quebrar a lei de Deus é morte. Agora Deus estava ali numa situação, Ellen White em Patriarcas e Profetas, e também em História da Redenção, diz que Satanás tem um plano para tentar a humanidade. O plano dele é: “se eu tentar a humanidade e a humanidade cair, pode acontecer algumas possibilidades”:

 1) Se “Deus destruir a humanidade, pois Ele falou que no dia que comer iria morrer, eu terei argumento para convencer o Universo, está vendo Ele é um tirano, é só discordar dEle que Ele não tolera.”

2) Vamos dizer que Deus decidiu não destruir e sim perdoar. E daí, “direi: Espera! Se perdoou a eles e perdoa a mim”, lembrando que, ele, anteriormente, já teve a chance do perdão mas recusou. “Vou defender minha posição no Céu a força”. O próprio Jesus tinha conversado com ele: “Se você for adiante não tem mais retorno.” E ele foi adiante, e agora realmente não havia mais retorno para ele. 

3) Bom,  vamos dizer “que Deus não destrua e nem perdoa, que Deus deixa pra lá, então eu e meus anjos, vamos nos unir a humanidade, e teremos acesso à árvore da vida, vamos comer desse fruto para mantermos nossa vitalidade para sempre, e a Terra vai se tornar o meu quartel general, para daqui atingir o resto do Universo.” Nesta passagem, Ellen White escreve que este era os três objetivos de Satanás. Mas ele ficou surpreso na hora que Deus dialoga com o ser humano porque no momento Deus não destruiu, também não perdoa, entretanto, não aconteceu nada, deixou pra lá. Saiu com a quarta possibilidade que ele jamais tinha imaginado. Esta quarta possibilidade são os próprios passos que são integrados na aliança de Deus no Éden:

 1)  é o Plano da Redenção:Juízo e maldição sobre a Serpente.Gn. 3:14,15

Deus dialoga com Adão. Deus dialoga com Eva. Fez perguntas, e esperou a resposta. Mas, no verso 14, Deus fala com a Serpente, mas não há diálogo, não faz perguntas. Quando Ele se refere a Serpente diz: “Visto que isso fizeste, maldita és sobre todos os animais.” Deus não pergunta: “Serpente que você fez? Por que você fez isso?” Ele faz uma declaração direta de juízo com maldição, “maldita és.” Voltando à Bíblia lemos também: “Maldita é a terra …”(vs.17), associado ao Juízo de destruição. (Mt. 25:41; 2Pe. 3:7,10). Deus nunca disse: “Maldito és tu Adão, maldito és tu Éva.” Não existe isso. Ele falou: “Maldito és tu serpente”. E a Serpente, sabemos, representa Satanás, esse anjo caído que se rebelou contra Deus, e arrastou consigo um terço dos anjos. “Maldito és tu Satanás. Com você não tem conversa. Trarei juízo sobre você.” Depois mais adiante quando Ele fala com o homem diz: “Visto que você fez isso Adão, que ouviu a mulher e comeu, maldita é a terra.” Não Adão. Em Gênesis 3, em momento algum Deus pronuncia maldição sobre o homem, sobre a mulher. A maldição foi pronunciada sobre a Serpente que representa Satanás e sobre a Terra. E quando nós olhamos isto, é interessante, porque  este contexto, juízo e maldição, representa o juízo de Deus de destruição. O fogo do inferno está preparado para Satanás e os seus anjos. Não está preparado para o homem. O plano original de Deus era destruir Satanás, seus anjos e a Terra, agora contaminada pelo pecado. Deus não queria  destruir nenhum ser humano. Se todo o ser humano quisesse todos seriam salvos por Deus: “ … não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva … porque haveis de morrer … “ Ez. 33:11. “Não Tenho prazer na morte de ninguém, Tenho é tristeza, porque é Meu filho, Minha filha. Como que posso Me alegrar com isso?” Mas, o ser humano se rebela sistematicamente contra Deus, não quer mais dialogar com Deus, que foi o caso de Caim e daí é que aparece pela primeira vez na Bíblia: “Maldito és tu.”Gn. 4:11. Ou seja, a partir de agora você tem a sorte da Serpente.

2) Deus planejou destruir, “esmagar” a Serpente, através da Semente da mulher. Gn. 3:15. “Nascerá Alguém da própria mulher que você tentou, que Ele vai ser o veículo da sua destruição.” A primeira parte do Plano da Redenção é o juízo, maldição, destruição da Serpente. Promessa para a humanidade é a segunda parte do Plano da Redenção. Deus prometeu: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” Gn. 3:15. “Nada de harmonia entre vocês dois. Nada de vocês chegarem e dizer: Olha, estamos no mesmo time, vamos jogar juntos. Não, não, não. Eu porei inimizade entre vocês. Não deixarei que vocês se unam.” Tal é a situação agora, que Satanás, para poder arranjar seguidores tem de enganar, tem de se camuflar. Se ele chegar e dizer: “Gente, sou Satanás, Lúcifer, caí do Céu. Vocês querem me seguir?” O que que o pessoal faz? “Eu não, seguir Satanás, mas nem, mas nem.” Poucos seres humanos aceitam essa idéia. São seres humanos perturbados. Mesmo nos lugares que servem Satanás, Satanás tem de enganar, tem de se camuflar. Ele não pode aparecer assim.

 Na sequência promessa de descendente. Tente se colocar no lugar de Adão, o que que Adão pensava quando Deus apareceu no Jardim do Éden chamando por ele? “Deus hoje vai acabar conosco. Até o animalzinho que Satanás utilizou vai sofrer, imagine a gente.” Ellen White disse que Adão pecou porque não suportava a idéia de a Eva morrer sozinha. Quis acompanhá-la no seu pecado para que os dois tivessem a mesma sorte. “Eva além de não morrer, ainda vai ter descendente, acho que vai sobrar para mim. Hoje, o único que vai morrer nesta história sou eu. Mas, claro, ela foi enganada. Eu fiz consciente.” Quando Deus diz: “No suor do rosto comerás o teu pão …” Adão aliviou pois também não morreria naquele dia.  

Deus promete inimizade e uma descendência. E pela primeira vez, aparece a noção de morte. Morte para a Serpente. Antes de Deus falar de morte para Adão, Deus falou de morte para o Descendente da mulher. “Vai te destruir, vai te esmagar (suf ) a cabeça.” O verbo hebraico para esmagar, destruir é suf ( שׁוּף ).   “E tu lhes ferirás ( suf ) o calcanhar”. O verbo no texto tem a idéia de correspondência. Para poder esmagar a cabeça da Serpente Ele tem que ser ferido no calcanhar. E assim o Descendente iria destruir Satanás entregando Sua própria vida. Ser picado por uma Serpente venenosa naquela época era sinônimo de morte. Não havia soro antiofídico. A primeira noção de morte no texto bíblico não é ligada com Adão. A primeira noção de morte de um ser humano, no texto bíblico, está ligada ao Descendente do ser humano, ao Prometido, ao Salvador, ao Messias que haveria de vir. Com respeito ao ser humano Deus traz juízo. Deus trouxe juízo sobre Eva, trouxe juízo sobre Adão mas, para preservar a vida. A mulher que esperava morrer naquele dia Ele disse: “Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez, …  teu desejo será para o teu marido, e ele te governará.” Gn.3:16. No contexto do pecado, existem os seus reflexos por isto terás dores e o problema da submissão, devida a questão da própria hierarquia na família para manter a unidade da família. Vejam só a troca: “Ah! Mas amaldiçoou a mulher”.  A maldição era: morte no dia, ou a vida na situação, não aquela que Deus planejava mas vida. Muita vida, não é pouca vida. Para Adão também nos diz a mesma coisa: Gn.3:17-19. “Você vai trabalhar duro, você vai suar, você vai conseguir alcançar seu sustento, vai ter fadiga, dificuldade, alegria, sofrimento, entretanto, a morte vai te alcançar daqui a muito tempo.” Trabalho duro, na verdade, mas você vai viver. Para quem esperava morrer naquele dia é uma boa troca. Adão viveu quase um milênio, mais de 900 anos depois. Vida, com as suas dificuldades por causa do pecado. Interessante, pois o texto bíblico diz que este era o foco. Eles entenderam isso, porque logo que Deus acaba de trazer juízo sobre Adão, “até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás.” Gn.3:19. Adão se virou para Eva, sua mulher, e disse: “nome de Eva, por ser a mãe de todos os seres humanos.”Gn.3:20. A palavra Eva, do hebraico “Havah”, significa: Vida. “E deu o nome de Vida porque ela é a mãe de todos os viventes.”No meio dos terríveis juízos após o pecado, Adão, claramente viu a promessa de vida. O ser humano não é um morrente. O ser humano é um ser vivente, mesmo em face à morte. Temos aqui a primeira expressão subentendida da esperança de vida após a morte através da ressurreição. Você tem vida dura, morte e vida. É uma sequência. 

Ele poderia virar para ela e dizer:”Minha querida você é Morte.” Adão sintonizado com a promessa de Deus, percebeu, se virou para sua esposa, e disse: “Querida, seu nome agora é Havah(Vida).”Não somos seres morrentes, nossa vida não termina aqui. Nossa vida não termina quando chegamos ao final do nosso curso e voltamos ao pó. Nada! Isto é o início da nossa existência. Depois disto, Deus trará de volta todos os seus queridos, porque Deus falou que o ser humano é vivente. Mt.22:32. “Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de  Isaque e o Deus de Jacó?  Ele não é Deus de mortos e sim de vivos.” Já viveu, está morto, e ressuscitará, pois vai viver com Deus para todo o sempre, somos seres viventes. É o início da Eternidade e a existência nunca terá fim. Mesmo que por um momento possamos dormir. Jesus disse: “Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo.”Jo.11:11Eu sou a ressurreição e vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá”. Jo.11:25. Porque para Deus a morte de Seus filhos não  é nada mais que um breve sono. No final, então, Deus falou que “no dia que comeres certamente morrerás.” Não houve morte ali. Houve. Houve morte de um sacrifício que morreu no lugar de Adão e Eva. Naquele mesmo dia, ali mesmo, dois animais, tiveram de perder a sua vida, para prover cobertura para Adão e Eva. Gn. 3:21. E daí começa, essa aliança pós-Éden, a idéia de sacrifício substitutivo, alguém vai morrer no nosso lugar. Esses animais representavam o Descendente prometido que um dia viria para ser “... o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.”Jo.2:29. Ali mesmo no Éden, Adão e Eva tiveram que, Ellen White escreve isto, alguém que nunca tinha visto morte. Deus trouxe dois animais, e Adão, ele teve de tirar a vida destes animais, dos quais Deus tirou a pele para fazer vestimentas para eles. E aparece depois o sacrifício de Caim e Abel. Na sequência vai toda a Bíblia até à época de Jesus. Temos alí os dois últimos passos, o exílio, saímos do nosso lar, expulsão do Éden, Gn. 3:23,24. Não estamos em nosso lar hoje. O mundo não é o lar que Deus planejou para a gente. Estamos numa peregrinação temporária até ao dia que voltemos para casa. Por fim, então, temos juízo, destruição, sobre o pecador, que sobre aberta rebelião contra Deus, foi o caso de Caim, que então, se associa com a Serpente. E isto fica como advertência de Deus. Deus não quer a morte de ninguém, mas todo o ser humano que quiser seguir os passos da Serpente, se rebelar sistematicamente contra Deus, definitivamente contra Deus, Deus também não irá salvá-lo. Ele irá participar da sorte da Serpente, da qual Deus não queria que nenhum ser humano participasse. Por isso Ele nos chama hoje. Chama a cada um de nós, seres humanos. Jesus disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.”Jo.10:10. Não é uma vida pobre, não é uma vida infeliz, não é uma vida parcial. É uma vida plena. A vida plena com Deus. Esta é a tônica das alianças de Deus como vemos em Gênesis 1 a 3. Os elementos que estão presentes nestes três primeiros capítulos da Bíblia, a Aliança do Éden, aliança esta que foi estabelecida para salvar  a humanidade, aparece através de todas as Escrituras.


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