10 MANDAMENTOS NO NOVO TESTAMENTO
(Pr. Ezequiel Gomes)

Alguns apologetas anti-adventistas vão na linha de que 9 dos 10 Mandamentos são repetidos no Novo Testamento, somente 1 é deixado de fora. Acreditam que 9 dos 10 Mandamentos são corroborados de forma direta ou indireta no Novo Testamento e 1 é deixado de lado. Esses apologetas concordam com estes argumentos de que, no Novo Testamento, o cristão é obrigado a guardar 9 dos 10 Mandamentos, e não é obrigado a guardar o sábado. A ideia de que você precisa guardar o sábado para ser salvo é legalismo, e não é interpretado “Não Adulterar”, “Não Roubar”, “Não Matar”, etc e tal, é legalismo. No aspecto assim, se você roubar, você vai se perder, se você mentir, você vai se perder, se adulterar, vai se perder. Isso não é visto como legalismo, para tais apologetas. Mas se não guardar o sábado vai se perder, daí é legalismo, é salvação pelas obras.

Atos 17:11,12 “Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as cousas eram de fato assim. Com isso, muitos deles creram …”

Vamos escrutinar este tipo de argumento, avaliar num melhor espírito bereano possível, se de fato “as cousas eram de fato assim.”

Mateus 15:3,4 “Ele, porém, lhes respondeu: Por que transgredis vós também o mandamento de Deus, por causa da vossa tradição? Porque Deus ordenou: Honra a teu pai e a tua mãe ...” Honra a teu pai e a tua mãe, é repetido no Novo Testamento, ipsis litteris. Existem outros textos que repetem o mandamento, mas não vou citar todos, mas tem lá em Efésios, e outros textos da Bíblia a ideia de que o cristão deve honrar pai e mãe, que não é legalismo, não é salvação pelas obras, não é negar a graça, não é negar a cruz, não é negar Jesus.

Mateus 19:16-19 “E eis que alguém, aproximando-se, lhe perguntou: Mestre, que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Por que me perguntas acerca do que é bom? Bom só existe um. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos. E ele lhe perguntou: Quais? Respondeu Jesus: Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho; honra a teu pai e a tua mãe e amarás o teu próximo como a ti mesmo.”

Dos 10 Mandamentos lá de Êxodo 20, 5 já estão corroborados aqui, inclusive repetido ipsis litteris, com as próprias palavras lá do Antigo Testamento, que está repetido no Novo Testamento.

Romanos 13:8-10 “A ninguém fiqueis devendo cousa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei. Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor.” Então aqui, o “não cobiçarás”, está também repetido, ipsis litteris, neste aspecto, ainda que não da mesma forma lá dos 10 Mandamentos. Então temos os 6 Mandamentos já repetidos e corroborados no Novo Testamento, para o cristão que vive na nova aliança, etc.

Lá em Êxodo 20:3 , que é o 1º dos 10 Mandamentos, “Não terás outros deuses diante de mim.” Se você ler o Novo Testamento inteiro, sem pular nenhuma vírgula, não vai encontrar uma repetição do mandamento “Não terás outros deuses diante de mim”. Inclusive, quero, que algum apologeta, venha mostrar para mim no Novo Testamento, onde que está o mandamento “Não terás outros deuses diante de mim”? Muitos cristãos anti-adventistas entendem que existem alusões ao 1º mandamento, e que acaba por uma lógica, implicando na necessidade do cristão da nova aliança, obedecer a este, que é o 1º mandamento, mesmo que ele não esteja repetido no Novo Testamento. Olha que curioso né. Vou citar alguns desses textos então:

Mateus 4:10 “Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto.” Para apologetas anti-adventistas o texto implica “Não terás outros deuses diante de mim”. Cadê a repetição, ipsis litteris? Não é o que eles pedem a respeito da guarda do sábado? Não! Não! Tem que estar lá, ipsis litteris “Lembra-te do dia de sábado para o santificar”. Não estando, o mandamento não está corroborado, então não precisa obedecer. Se isso fosse verdade, não precisaria obedecer o mandamento: ‘Não terás outros deuses diante de mim,” porque ele também não está repetido. Mas, tem alusões. Mas, e daí, não tem alusões quanto ao sábado? Depois continuaremos este papo, por hora, vamos analisar Mat. 4:10. Os adventistas concordam que este texto está implícito o 1° Mandamento nesta afirmação de Jesus e em algumas outras. Entretanto, o que há aqui não é uma repetição do 1º mandamento. É um ensinamento, inclusive, é tirado de outro texto bíblico(Deuteronômio), mas, ele tem a implicação, a ideia, de que só existe um Deus que merece adoração, não se pode, não se deve adorar, ou ter outro deus, a não ser este, que é o Único verdadeiro.

Mat. 6:24 “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.”

Deus pede exclusividade, não dá para servir 2 senhores. Então só tem um Deus, não dá para servir 2, se não você vai aborrecer o verdadeiro para adorar o falso. Não podendo fazer isto, só pode adorar e servir o Deus verdadeiro. Ok e eu concordo com a lógica mas, não está aqui repetido o mandamento: “Não terás outros deuses diante de Mim.” Aqui, também, é um ensinamento que implica a ideia de que não se deve ter outros deuses diante de Deus.

Marcos 12:29,30 “Respondeu Jesus: O principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor! Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força.” Jesus fala do Shema Israel de Deut.6:4 e, o Senhor Nosso Deus é o único Senhor e, que deve ser amado, etc. Mais uma vez segue a mesma lógica né, que não tem a repetição do mandamento: “ Não terás outros deuses diante de Mim” , mas há um ensinamento que por implicação conduz a ideia de que o cristão não deve ter outro deus diante de Deus. Eu concordo 100 %.

O mesmo padrão será visto nos 3 mandamentos que ainda se seguem. Você pode ler o Novo Testamento inteiro, e não vai encontrar a repetição do mandamento ipsis litteris “Não fará para ti imagens de esculturas” e etc. Existem apenas alusões e podemos ler várias delas:

Atos 15:20,29 “Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, bem como das relações sexuais ilícitas, da carne de animais sufocados e do sangue. Que vos abstenhais das cousas sacrificadas a ídolos.” “Não é uma repetição do mandamento “Não farás para ti imagens de escultura” , etc, etc, etc. Mas, existe a ideia de se abster da contaminação da idolatria.

At.17:29 “Sendo, pois, geração de Deus, não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra, trabalhados pela arte e imaginação do homem.” É um texto que chega até um pouco perto de falar dessa coisa de moldar imagens, e semelhança disso daquilo no Céu, na Terra, embaixo da terra. Ele não repete né mas, traz uma questão interessante de que não devemos pensar que, a divindade seja semelhante a ouro, prata, pedra, são trabalhados pela imaginação humana, na medida do natural, onde idólatras fazem as imagens de esculturas para seus contextos de adoração, reverência, e blá, blá, blá.

Romanos 1:22,23 “Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória de Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis.” Também aqui se fala da ideia de se fazer imagens de homens, de bichos, e coisas e tal. Não é uma repetição dos termos do 2º dos 10 Mandamentos mas, por implicação, corrobora aquele mandamento de que o cristão não pode e não deve fazer imagens de esculturas para contexto de idolatria, adoração, culto, etc.

I Coríntios 10:7 “Não vos façais, pois, idólatras …” Não repete o mandamento, mas dá instrução que tem que ver com o mandamento.

I Cor. 10:14 “Portanto, meus amados, fugi da idolatria.” Não repete o mandamento mas instrui com uma linguagem que vai na direção do mandamento.

Gálatas 5:19,20 “Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascivia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissenções, facções, … “

I Tessalonicenses 1:9 “Pois eles mesmos, no tocante a nós, proclamam que repercussão teve o nosso ingresso no vosso meio, e como, deixando os ídolos, vos convertestes a Deus, para servirdes o Deus vivo e verdadeiro.” Fala que os cristão se converteram do ídolos para servir o Deus verdadeiro. Então, de certa forma, ainda que não exista uma repetição ipsis litteris do 2º mandamento no Novo Testamento, existe estes textos que implicam a ideia, da obediência cristã na nova aliança, ao 2º mandamento da lei de Deus, de igual forma. Agora vamos ver sobre o 3º mandamento:

Mat.5:33-37 “Também ouvistes que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás rigorosamente para com o Senhor os teus juramentos. Eu, porém, vos digo: de modo algum jureis; nem pelo céu, por ser o trono de Deus; nem pela terra, por ser estrado de seus pés; nem por Jerusalém, por ser cidade do grande Rei; nem jureis pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno.” Num contexto cultural onde a maioria das pessoas eram analfabetas, não haviam contratos escritos, menos contratos em blockchain, ou coisa do tipo, as pessoas costumavam selar os contratos através de juramentos, e alguns desses juramentos incluía esta ideia de jurar por Deus. Em alguns contextos, quando você jura falso, usando o nome de Deus, você toma o nome de Deus em vão. Este tipo de contexto, onde o Evangelho vai dizer para você não jurar falso, para você ter a palavra sim, sim, não, não, e não jurar pelo céu, nem pela terra, nem por isto, nem por aquilo, pode ter a implicação também, não jurar por Deus, para não tomar o nome dEle em vão. Não é uma repetição do mandamento mas, é um texto que por implicação acaba ensinando que não se deve fazer isso, e é verdade. O próprio Pai Nosso de Mat.6:9, “Pai nosso, que estás no céus, santificado seja o teu nome … “, na implicação negativa é, não desonre o nome de Deus, não blasfeme o nome de Deus, não tome o nome de Deus em vão. Não é uma repetição do mandamento, mas está implícito na retórica de Jesus na oração do Pai Nosso.

Mat.15:8,9 “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.” É um texto de Isaías 29:13, que está repetido no Evangelho . Não existe uma repetição do mandamento: “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão, .. “mas existe a ideia, pois o povo honra com os lábios, mas o coração está longe dEle, logo, adoram a Deus em vão. Então, no final das contas, eles estão pretendendo adorar a Deus, mas na verdade, o que eles estão fazendo é tomando o nome de Deus em vão. Como foi dito, ainda que não exista uma repetição, corrobora a ideia do mandamento.

Tiago 3:9.10 “Com a lingua, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas cousas sejam assim.” Então essa é a ideia: não amaldiçoar aquele que é feito à imagem de Deus com a boca. Também poderia dizer: não amaldiçoa o nome de Deus com a sua boca. Não daria para dizer que Tiago ensinaria algo diferente disso né.

Tiago 5:12 “Acima, de tudo, porém, meus irmãos, não jureis nem pelo céu, nem pela terra, nem por qualquer outro voto; antes, seja o vosso sim sim, e o vosso não não, para não cairdes em juízo.” Que é um pouco a ideia do ensino lá do Evangelho, repetido aqui em Tiago. Então veja que, no que se refere a tudo que a gente leu até aqui, podemos dizer com muita clareza que, o Novo Testamento repete 6 dos 10 Mandamentos, e não repete 4 dos 10 Mandamentos mas, faz alusões, que nos permite inferir a continuidade da validade dos referidos mandamentos para os cristãos no Novo Testamento, que é a mesma condição sobre a guarda do sábado. Você pode procurar, de Mateus ao Apocalipse, não vai encontrar a repetição do 4º mandamento, nos termos do 4º mandamento lá em Êxodo 20. “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro, porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou .” Você não vai encontrar essa repetição nesses termos no texto do Novo Testamento. Mas, existem vários textos que, à semelhança dos textos já lidos aqui, fazem alusões aos mandamentos de Deus, implicando que você deve obedecê-los também no Novo Testamento de igual forma.

Mateus 24:20, “Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado.” Então, Jesus está dando instruções a respeito da fuga da grande tribulação, que tem que ver, tanto com a queda de Jerusalém no ano 70 quanto com a queda escatológica, evento este, que iria acontecer, quase 40 anos após a morte e ressurreição de Jesus. A palavra sábado aparece então, lá no Novo Testamento, na nova aliança. Para você orar, inclusive, para não haver fuga no sábado, quase 40 anos depois da morte e ressurreição de Jesus. Este texto implica que você precisa considerar as questões referentes ao sábado, mesmo depois da morte e ressurreição de Jesus né. Claro, a gente poderia falar muito mais a respeito desse texto, mas uma das coisas mais ridículas que deparei nos debates teológicos, foi quando o apologeta falou: “Guarda o inverno também?” Foi um dos argumentos mais idiotas que já vi em toda a minha vida. A questão não é que está escrito aqui: Guarde o sábado. O ponto é, como não está escrito em vários textos que lemos aqui: para não tomar o nome de Deus em vão, para não fazer imagens de esculturas e, para não ter outros deuses diante de Deus. Mas, o que existe é uma alusão ao assunto que implica a discussão sobre o mandamento. A despeito de como que se entenda esta fuga, e porque se deveria orar para ela não cair nem no inverno, nem no sábado, o fato é que o motivo pelo qual o sábado é mencionado, implica a sensibilidade em torno do mandamento que diz: ‘Lembra-te do dia de sábado para o santificar. “ E se você tem que orar para você não ter um problema, para você não ter uma fuga em um dia de sábado, uma das possíveis razões, é que você não deve transgredir o sábado nem mesmo em contexto de fuga, nem mesmo em contexto de perseguição. Você pode também fazer uma leitura diversa. Você pode dizer que tem que orar para não cair no sábado, porque no sábado, mesmo você não guardando o sábado, seria mais difícil fugir da Judeia porque os judeus guardavam o sábado. Ok! Seu argumento é válido também. Mas, este não é o único argumento que faz alusões à guarda do sábado.

Lucas 23:54-56 “Era o dia da preparação, e começava o sábado. As mulheres que tinham vindo da Galiléia com Jesus, seguindo, viram o túmulo e como o corpo fora ali depositado. Então, se retiraram para preparar aromas e bálsamos. E, no sábado, descansaram, segundo o mandamento.” Geralmente, o apologeta anti-adventista descarta este texto dizendo que essas mulheres eram judias e blá. blá, blá, e não sei o que. Mas, a grande verdade é que está lá: depois da morte de Cristo a guarda do sábado intacta entre os seguidores de Jesus no Novo Testamento. Então, assim, evocar a ideia de que as mulheres estavam guardando o sábado meramente por serem judias não dá conta da grande realidade em torno da guarda do sábado. A conexão do judeu com o sábado não é a conexão com seu próprio povo; mas a conexão do judeu, com o Deus do judeu. O Deus do judeu que mandou guardar o sábado. Não é meramente porque ela pertence aquele povo, mas porque ela pertence àquele Deus. E lembre-se que este é o Deus verdadeiro, este é o Deus do Novo Testamento, este é o Deus dos cristãos de igual forma. Da mesma maneira que guardar o sábado implica relação do judeu fiel com o Deus de Israel, o cristão que guarda o sábado, ele também tem uma relação fiel com o Deus de Israel. Não tem como ser diferente, inclusive mesmo depois da morte de Jesus.

João 9:14-16 “E era sábado o dia em que Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos. Então, os fariseus, por sua vez, lhe perguntaram como chegara a ver; ao que lhe respondeu: Aplicou lodo aos meus olhos, lavei-me estou vendo. Por isso, alguns dos fariseus diziam: Esse homem não é de Deus, porque não guarda o sábado. Diziam outros: Como pode um homem pecador fazer tamanhos sinais? E houve dissensão entre eles.” A ideia de que Jesus transgredia o sábado não era um consenso entre os judeus, que inclusive eram relativamente céticos em relação aos milagres ou à postura de Jesus. Então, alguns afirmavam categoricamente: Jesus não guarda o sábado. Outros dizem: Se Cristo fosse pecador conseguiria fazer os sinais que faz? Querendo dizer que se faz estes sinais, o que Cristo faz no sábado não pode ser pecado, já que um pecador não conseguiria fazer estes sinais. E daí neste caso, existem os judeus que estão entendendo que Jesus, ao fazer seus milagres no sábado não transgrediu o sábado, ainda que alguns fariseus entendessem de forma diversa. Isto é importante de identificar, para eliminar a ideia de que alguns fariseus acusavam Jesus de transgredir o sábado. Nós devemos não concordar com fariseus, que de fato Jesus transgrediu o sábado, pois desta forma Jesus seria um pecador, e não poderia dizer “... tenho guardado os mandamentos de meu Pai.” João 15:10. Jesus afirma que guardava os mandamentos de Deus, conseguia fazer as obras que fazia, é óbvio que Jesus também guardava o sábado conforme a lei, e conforme o correto entendimento em relação a guarda do sábado. Jesus tinha embates em relação à compreensão tradicionais farisaicas a respeito da guarda do sábado. Jesus ignorava essas tradições e se opunha a essas tradições, mas nunca se opunha ao mandamento de Deus. Somente as tradições e má interpretações farisaicas.

Atos 13:42-44 “Ao saírem eles, rogaram-lhes que, no sábado seguinte, lhes falassem estas mesmas palavras. Despedida a sinagoga, muitos dos judeus e dos prosélitos piedosos seguiram Paulo e Barnabé, e estes, falando-lhes, persuadiram a perseverar na graça de Deus. No sábado seguinte, afluiu quase toda a cidade para ouvir a palavra de Deus.” É um dos muitos textos que Paulo está pregando a Palavra de Deus no sábado, tanto em contexto onde tem sinagoga, quanto que não tem sinagoga. Lá em At. 16:13, Paulo procurando em lugar de oração no sábado, separado da cidade, mesmo onde não havia sinagoga. O sábado era um dia dedicado a pregação da Palavra de Deus, tanto por parte de Jesus, quanto por parte dos apóstolos. Com implicações óbvias, indiretas, que estamos lendo aqui, de que Paulo seguia o sábado como um dia especial, de oração, de missão, de pregação, de ensino da Palavra de Deus. Em harmonia com a prática do próprio Cristo, dos próprios discípulos, etc, em relação à guarda do sábado, que nada tinha que ver com transgredir o sábado, a despeito das tensões com fariseus, etc, e tal, que existiram. O ponto deste estudo não é tratar exaustivamente a questão da guarda do sábado no Novo Testamento. Só dando algumas dicas, alguns textos, que tem por implicação a ideia de que o sábado deve ser crido e obedecido, mesmo no contexto após a morte de Cristo, após a ressurreição de Cristo, no Novo Testamento, na nova aliança.

Hebreus 4:4-11 “Porque, em certo lugar, assim disse no tocante ao sétimo dia: E descansou Deus, no sétimo dia, de todas as obras que fizera. E novamente, no mesmo lugar: Não entrarão no meu descanso. Visto, portanto, que resta entrarem alguns nele e que, por causa da desobediência, não entraram aqueles aos quais anteriormente foram anunciadas as boas novas, de novo, determina certo dia, Hoje, falando por Davi, muito tempo depois, segundo antes fora declarado: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração. Ora, se Josué lhes houvesse dado descanso, não falaria, posteriormente, a respeito de outro dia. Portanto, resta um repouso sabático para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas. Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia, seguindo o mesmo exemplo de desobediência.”

A respeito de Heb.4 ter uma exegese que não necessariamente implica : Olha, guarde o sábado. A guarda do sábado é usada como um protótipo de uma relação de fé e descanso com Deus, em fidelidade a Deus. Não fazer isso, inclusive, é o exemplo de descrença e desobediência. Até porque, por exemplo, a pessoa que trabalha no sábado, no contexto daquilo que Deus falou para não trabalhar, o que que ela está demonstrando com isto? Que ela não crê no que está revelado na Palavra de Deus, ou que desobedece o que está comandado na Palavra de Deus. É o exemplo de descrença e desobediência, referindo-se no caso a guarda do sábado. Todos esses textos, à semelhança dos textos que lemos anteriormente, tem por implicação de que o mandamento de Deus, no caso, a guarda do sábado, permanece sendo algo que deve ser considerado de forma relevante, importante, mandatória e obrigatória para o cristão também nos tempos do Novo Testamento.

Volto a perguntar: Quais textos estão mandando não ter outros deuses diante de Deus? Em qual texto está mandando não fazer para ti imagens de escultura, ou semelhança alguma do que há em cima nos céus, embaixo na terra, nas águas debaixo da terra e blá, blá, blá? Em qual texto está dito, não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão? Em nenhum. Mas, as alusões a esses textos, ou contextos, e temas, que implicam a obediência a esses mandamentos, é vista como uma evidência por parte dos apologetas anti-adventistas, de que estes mandamentos devem ser seguidos. E por quê que estas alusões que a gente acabou de ler aqui, mas que o mandamento do sábado não funcionaria da mesma forma? Por quê tratar com dois pesos e duas medidas? Se por causa da não repetição ipsis litteris do mandamento do sábado, o cristão estaria na nova aliança desobrigado de guardar o sábado, o cristão na nova aliança, por obrigação óbvia, lógica, irrefutável, deveria estar desobrigado de não ter outro deus diante de Deus, de não poder adorar imagem de escultura, de não poder tomar o nome de Deus em vão. Não sendo este o caso, os textos aqui lido, como alusões, servindo como por implicação, inferir e obrigar o cristão a obedecer os primeiros três mandamentos, deve-se tratar o 4º mandamento da mesmíssima forma. Então, quando alusões ao mandamento do sábado no texto do Novo Testamento são feitas: Para se orar para não fugir no sábado. Para depois da morte de Jesus, guardar o sábado conforme o mandamento. Para no dia de sábado, estar na sinagoga, ou num local de oração, para pregar a Palavra, para orar, para ensinar. A ideia do protótipo da relação com Deus, Sendo o protótipo da fé, obediência, e não da descrença, desobediência, nos termos da relação com Deus na guarda do sábado. Se tudo isto não tem por implicação, a inferência de que se deve guardar o sábado, então, neste caso, todos os textos que lemos aqui, deveriam ter sido tomados como não sendo suficientes para inferir a obrigatoriedade dos primeiros quatros mandamentos da lei de Deus no Novo Testamento, não somente o sábado.

A grande questão é o seguinte: Quem foi que definiu esta regra de que, para que um dos 10 Mandamentos ser válido, na nova aliança no Novo Testamento, ele tem que ser repetido, ou corroborado da forma como o evangélico, católico ou espírita quer que seja no Novo Testamento? Em outras palavras, qual texto do Novo Testamento diz: que só estão vigentes na nova aliança, os mandamentos repetidos no Novo Testamento? Esse texto não existe. Sabe o que isto significa? De que esta ideia de que: “cadê o texto que repete o mandamento no Novo Testamento para eu poder crer, seguir?” É simplesmente uma lógica humana que, inclusive, base nenhuma tem nem no Antigo, e nem no Novo Testamento. Esta argumentação de que 9 dos 10 Mandamentos são corroborados no Novo Testamento é simplesmente uma falácia, um engano, um erro, um argumento de origem satânica, para enganar as pessoas a transgredir o mandamento de Deus tranquilamente, como se não estivesse fazendo nada de errado.

Links:

https://www.adventist.org/pt-br/em-que-os-adventistas-do-setimo-dia-acreditam/

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